Após críticas sobre o silêncio, Bolsonaro diz lamentar os 500 mil mortos
Na mesma entrevista, o presidente destratou a repórter Laurene Santos, da TV Vanguarda, afiliada da Globo

Diamantino Junior
Publicado em: 21/06/2021 às 18:34 | Atualizado em: 21/06/2021 às 19:13
O presidente Jair Bolsonaro falou nesta segunda-feira (21) sobre a marca de 500 mil mortos por covid-19 no Brasil, alcançada no último sábado.
Foi em viagem a Guaratinguetá, no interior de São Paulo, durante conversa com jornalistas que o questionaram se gostaria de dizer alguma palavra sobre as mortes.
Bolsonaro disse que lamenta todos os óbitos e em seguida voltou a defender medicamentos ineficazes contra a covid.
Na mesma entrevista, o presidente destratou a repórter Laurene Santos, da TV Vanguarda, afiliada da Globo.
Leia mais
Sem ter o que dizer à nação, Bolsonaro ignora 500 mil mortos
Laurene perguntou por que ele tinha chegado à cidade sem máscara mesmo tendo sido multado recentemente em São Paulo por não usar a proteção.
Bolsonaro disse: “Eu chego como eu quiser, onde quiser, eu cuido da minha vida”. Em seguida, tirou novamente a máscara. A repórter tentou explicar que o uso da máscara é exigência da lei. Mas, descontrolado, o presidente mandou a repórter calar a boca e insultou a Globo com palavrões.
A Globo e a TV Vanguarda repudiam o tratamento dado pelo presidente a repórter Laurene Santos que cumpria apenas o seu dever profissional.
Não será com gritos nem intolerância que o presidente impedirá ou inibirá o trabalho da imprensa no Brasil.
Esta, ao contrário dele, seguirá cumprindo o seu papel com serenidade. À Laurene Santos, a irrestrita solidariedade da Globo e da TV Vanguarda.
CPI da covid
A CPI da Pandemia ouve nesta terça-feira (22) o deputado Osmar Terra (MDB-RS), ex-ministro da Cidadania. Apontado como integrante do “gabinete paralelo” que orientava o presidente Jair Bolsonaro no enfrentamento ao coronavírus, ele deve depor na condição de convidado.
A participação de Osmar Terra no “gabinete paralelo” foi citada pela primeira vez em maio, durante depoimento do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta à CPI.
Na ocasião, Mandetta afirmou que “outras pessoas” buscavam desautorizar orientações do Ministério da Saúde a Jair Bolsonaro. Entre eles, o ex-ministro da Cidadania.
Em um reunião realizada em setembro do ano passado com a presença do presidente da República, o parlamentar foi apresentado como “padrinho” de um grupo de médicos que apoiavam o uso de remédios sem eficácia contra a covid-19.
“Em várias oportunidades, Osmar Terra externou sua opinião sobre a forma como deveria se dar o enfretamento à crise. Imunização coletiva não pela vacinação em massa da população, mas por meio da exposição do maior número possível de pessoas”, afirmam os senadores Humberto Costa (PT-PE) e Rogério Carvalho (PT-SE) na justificativa do requerimento aprovado pela CPI.
Leia mais no G1
Foto: Divulgação