Aprovação de Bolsonaro despenca em sete capitais na campanha eleitoral

Dados do Ibope das 26 cidades compilados pelo G1 mostram que a avaliação ótima/boa apresentou queda acima das margens de erro nas pesquisas realizadas entre a primeira e a segunda quinzena de outubro

Aprovação de Bolsonaro despenca em sete capitais na campanha eleitoral

Diamantino Junior

Publicado em: 09/11/2020 às 09:22 | Atualizado em: 09/11/2020 às 09:25

A aprovação do governo Bolsonaro caiu em sete capitais após o início da campanha eleitoral.

Manaus ficou fora dessa lista, na verdade a aprovação do presidente ótima/boa é de 51% entre os manauaras. Avaliação ruim/péssimo ficou em 25% e regular em 22%, a soma de ambas ainda não supera a aprovação.

Dados do Ibope das 26 cidades compilados pelo G1 mostram que a avaliação ótima/boa apresentou queda acima das margens de erro nas pesquisas realizadas entre a primeira e a segunda quinzena de outubro.

 

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A maior variação em pontos percentuais ocorreu em Salvador e em Rio Branco, ambas com queda de 7 pontos percentuais.

Primeira rodada

Na primeira rodada das pesquisas, a capital baiana já apresentava o menor índice de aprovação do governo (18%).

Agora, a avaliação ótima/boa diminuiu para 11%. Com isso, Salvador acentuou a baixa aprovação do governo entre as capitais.

Já Rio Branco registrava 48% de avaliação positiva na primeira rodada, percentual que caiu para 41%.

Boa Vista, capital de Roraima, continua com o maior percentual de avaliação ótimo/bom.

Também houve queda na cidade, com redução de 6 pontos percentuais.

Os percentuais de avaliação positiva caíram também acima da margem de erro em Belo Horizonte (- 4 pp), Florianópolis (- 5 pp), Porto Velho (-6 pp) e São Luís (-4 pp).

Somente em Palmas, houve crescimento da avaliação ótimo/bom acima da margem de erro na comparação dos dois períodos.

Na primeira rodada, 44% dos eleitores da capital do Tocantins aprovavam o governo Bolsonaro.

O índice agora subiu para 50%.

 

Aumento da avaliação negativa

 

Apesar da queda dos percentuais de ótimo/bom nas sete capitais, em apenas quatro casos foi observado um aumento simultâneo da avaliação negativa (ruim/péssimo) acima da margem de erro.

Foi o caso de Vitória, Rio Branco, Florianópolis e São Luís.

Nessa última, o percentual de reprovação subiu de 46% para 54%.

Na capital do Espírito Santo, a avaliação negativa subiu de 44% para 51%.

A avaliação positiva caiu 4 pontos percentuais em Vitória, dentro do limite da margem de erro.

A avaliação ruim/péssimo do governo em Rio Branco passou de 27% para 36%, aumento de 9 pontos percentuais.

Já na capital de Santa Catarina, a avaliação negativa subiu de 47% para 53%.

Nas sete cidades em que houve quedas dos percentuais, o governo ainda mantém percentual maior de aprovação em Rio Branco e Boa Vista.

Nas demais, ou a curva mudou ou se acentuou a avaliação negativa.

 

Variações no limite da margem

 

Em Cuiabá, Vitória e São Paulo também houve variação numérica negativa da avaliação ótima/boa, no entanto, no limite da margem de erro considerada para essas cidades.

Em Porto Alegre, houve movimento contrário.

Foi identificado um crescimento da avaliação ótimo/bom do governo, mas no limite da margem de erro de 3 pontos percentuais.

Para Wladimir Gramacho, cientista político e professor da Universidade de Brasília (UNB), a variação negativa do governo pode estar associada a vários fatores nas diferentes cidades. Para ele, no entanto, dois fatores parecem ser os mais relevantes: as campanhas municipais e a pandemia.

“Em Vitória, Bolsonaro é claramente associado a um candidato que está muito mal na disputa e é associado a um motim que deixou mais de 200 mortos em 2017”, diz Gramacho.

O cientista político lembra ainda a situação em outras capitais cuja queda na avaliação do governo também pode ter relação com a pandemia.

“Em capitais como Florianópolis e Salvador, onde o presidente não enfrenta a oposição de candidatos fortes na eleição, o número de casos de covid-19 tem crescido muito no último mês, segundo a Fiocruz.

Em Salvador, inclusive, o líder nas pesquisas defendeu a vacinação obrigatória contra o novo coronavírus, em posição contrária à de Bolsonaro”, ressalta Gramacho.

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Foto: Marcos Corrêa/PR