Aras pede ao STF investigaĂ§Ă£o contra ministro da EducaĂ§Ă£o
Caso autorizado pelo STF, a investigaĂ§Ă£o deve ser enviada para PolĂcia Federal com um prazo inicial de 60 dias para a realizaĂ§Ă£o das diligĂªncias

Publicado em: 23/03/2022 Ă s 18:50 | Atualizado em: 23/03/2022 Ă s 18:50
O procurador-geral da RepĂºblica, Augusto Aras, decidiu pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de um inquĂ©rito para apurar suspeitas de crimes envolvendo o ministro da EducaĂ§Ă£o Milton Ribeiro. O titular da pasta Ă© acusado de liberar verbas para prefeituras indicadas por dois pastores com trĂ¢nsito no ministĂ©rio.
O pedido foi enviado ainda nesta quarta-feira ao STF e cita como alvos investigados o ministro Milton Ribeiro e os pastores Arilton Moura e Gilmar Silva dos Santos, suspeitos de intermediarem reuniões de prefeitos no MinistĂ©rio da EducaĂ§Ă£o (MEC). O documento aponta a possĂvel ocorrĂªncia dos crimes de corrupĂ§Ă£o passiva, trĂ¡fico de influĂªncia e advocacia administrativa.
“O conteĂºdo das representações dirigidas Ă Procuradoria-Geral da RepĂºblica portam grau de plausibilidade e lastro probatĂ³rio material que reclamam apuratĂ³rio para elucidaĂ§Ă£o da possibilidade do cometimento dos delitos”, escreveu Aras.
O procurador-geral citou ainda que o ministro nĂ£o negou as reportagens veiculadas na imprensa a respeito do caso e admitiu os encontros com os pastores.
Dentre as diligĂªncias previstas, Aras quer tomar o depoimento de prefeitos sobre suposto pedido de propina feito por um dos pastores, Arilton Moura, em troca de interceder na liberaĂ§Ă£o de recursos pelo MEC, os depoimentos do ministro e dos pastores.
Caso autorizado pelo STF, a investigaĂ§Ă£o deve ser enviada para PolĂcia Federal com um prazo inicial de 60 dias para a realizaĂ§Ă£o das diligĂªncias.
O ministro da EducaĂ§Ă£o, Milton Ribeiro, disse em uma gravaĂ§Ă£o que prioriza a liberaĂ§Ă£o de verbas prefeituras cujos pedidos foram negociados por dois pastores, segundo reportagem publicada pelo jornal “Folha de S.Paulo”.
No Ă¡udio, o ministro afirmou que atendeu a uma solicitaĂ§Ă£o do presidente Jair Bolsonaro. Sem cargos pĂºblicos, os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura atuam como assessores informais do MinistĂ©rio da EducaĂ§Ă£o, intermediando reuniões com gestores municipais, conforme revelou o jornal “O Estado de S. Paulo”.
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