Da Redação
O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), declarou que o senador Aécio Neves (PSDB) deveria ser expulso da sigla e ter a reeleição pelo ninho tucano barrada. A declaração foi feita ao jornal Folha de São Paulo que promoveu uma espécie de enquete com 36 membros da Executiva do partido.
“Se o PSDB tivesse uma comissão de ética que funcionasse e não fosse uma reunião de compadres, eu acho que deveria, sim. Na verdade, ele deveria tomar a atitude de sair, mas não sendo o caso, a comissão de ética tinha que tomar essa atitude”, declarou Arthur Neto.
Arthur Virgílio também se posicionou contrário a que Aécio Neves dispute a reeleição ao Senado pelo PSDB.
O prefeito de Manaus foi o único da Executiva Nacional que se posicionou desta maneira. Alguns defenderam a permanência de Aécio na sigla e outros preferiram não se manifestar.
De acordo com o jornal Folha de São Paulo, membros do partido que falaram em off indicaram que uma eventual candidatura de Aécio pode respingar na candidatura do senador Antônio Anastasia ao Governo de Minas Gerais. Na verdade, a imagem de Aécio também é um peso para a candidatura de Geraldo Alckmin à Presidência da República.
Aécio Neves foi o candidato do PSDB na eleição em 2014, ficou em segundo lugar nas urnas, iniciou nos bastidores e publicamente movimento para invalidar o resultado das urnas. Sob o comando dele, que era o presidente da sigla até 2017, o PSDB pediu recontagem de votos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e apoiou movimentos de ruas e dentro do Congresso para o impedimento da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
A cada nova citação na Lava-Jato a imagem de Aécio foi sendo arranhada até a delação premiada do empresário Joesley Batista, da JBS. Aécio foi gravado, em março do ano passado, pedindo R$ 2 milhões a Joesley Batista, da JBS. Denunciado pela Procuradoria Geral da República, o senador Aécio Neves é hoje réu no Supremo Tribunal Federal por corrupção passiva e obstrução da Justiça.
Outros inquéritos de Aécio Neves:
JBS 2: Apura se houve crime de lavagem de dinheiro no episódio do recebimento da JBS
Furnas: Procuradoria reabriu inquérito sobre supostos desvios em Furnas, após descobertas da Lava Jato
CPI dos Correios: Investigação sobre suposta “maquiagem” de dados do Banco Rural, em 2005, para esconder da CPI
Sede do governo: Inquérito apura suposto pagamento de R$ 5,2 milhões por participação da Odebrecht na obra da Cidade Administrativa, em Minas
Campanhas 1: Investigação sobre suposto repasse de R$ 5,4 milhões em esquema de caixa dois para campanha do aliado Antonio Anastasia em 2010
Campanhas 2: Apuração sobre supostos pagamentos ilícitos à campanha de Aécio à Presidência em 2014
Campanhas 3: Apura relatos de delatores da Odebrecht sobre R$ 15 milhões para campanha à presidência em 2014
Hidrelétricas: É suspeito de ter recebido propina em troca de defender Odebrecht sobre usinas em Rondônia