Átila e José Ricardo divergem da redução do valor do auxílio emergencial
Átila, autor de requerimento da prorrogação, apoia os R$ 300. Já José Ricardo entende que as últimas quatros parcelas devem continuar sendo R$ 600.

Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília
Publicado em: 01/09/2020 às 18:19 | Atualizado em: 01/09/2020 às 18:19
O clima no Congresso Nacional é de embate após o anuncio do presidente Jair Bolsonaro de reduzir de R$ 600 para R$ 300 o pagamento do auxílio emergencial nos próximos quatro meses.
Questionados pelo BNC Amazonas poucos parlamentares do estado comentaram o assunto. Os deputados Átila Lins (Progressistas) e José Ricardo (PT) foram os únicos que se posicionaram.
A opinião deles reflete bem a disputa que será travada no Congresso, uma vez que o novo valor terá que ser aprovado no parlamento.
Para analista político, a tendência é que o Congresso aprove a proposta do presidente Bolsonaro de R$ 300 até dezembro.
Avalia-se que somente com o apoio dos partidos do chamado “centrão”, Bolsonaro não teria força para aprovar sua proposta.
Porém, outras siglas como o PSDB, que não faz parte do grupo, já anuncia ser favorável a prorrogação do benefício com um valor menor.
O decano Átila Lins interpreta bem esse movimento. Governista e membro do centrão, o deputado diz que recebeu com satisfação a decisão de Bolsonaro de prorrogar o auxílio por mais quatro meses.
Autor de um requerimento nesse sentido para o presidente, Lins diz que a medida vai atender a milhões de brasileiros, que com a pandemia estão sendo ajudados pelo governo federal.
“Mesmo a despeito de não ser no mesmo valor de R$ 600, mas o auxílio de R$ 300 já ajuda os mais necessitados”, considerou.
Governo queria R$ 200
A oposição ao governo no Congresso vai jogar duro para manter o valor de R$ 600 até dezembro e depois aprovar um projeto de renda básica para as pessoas carentes.
Todos os líderes desse campo batem na mesma tecla ao lembrar que o governo Bolsonaro queria um auxílio de apenas R$ 200 e oposição conquistou os R$ 600.
“Eu acho que o governo tem condições de manter o valor até o final do ano, porque nós estamos ainda numa situação dramática para milhares de trabalhadores, que estão sem emprego certo e sem perspectiva”, defendeu José Ricardo.
Segundo ele, é hora de o governo rever o pagamento dos juros da dívida e alocar os recursos para garantir a vida das pessoas.
Ele fez referência ao repasse do BC (Banco Central) para o Tesouro Nacional de R$ 325 bilhões, obtido com o lucro cambial das transações em dólares, que serão usados pelo governo para o pagamento de juros da dívida.
O deputado defende como prioridade o auxílio às famílias que estão enfrentando situação dramática com o desemprego em alta.
Em suma, José Ricardo considera os R$ 600 ainda baixo e diz que o ideal seria um salário mínimo como ele e a bancada do PT propuseram.
Foto: fotomontagem/BNC Amazonas/Câmara dos Deputados