Augusto Aras se queixa de uso das redes para ‘destruir reputações’
Recentemente, nas redes sociais, pessoas cobraram do chefe da PGR sua atuação contra Jair Bolsonaro e o atual governo

Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 26/04/2022 às 16:16 | Atualizado em: 26/04/2022 às 16:16
O procurador-geral da República, Augusto Aras, queixou-se hoje (26), em Portugal, do poder quase ilimitado do uso das redes sociais, que segundo ele, é usado para destruir reputações.
Segundo a Veja, a fala ocorreu no Seminário Internacional Cibersegurança, Cibercriminalidade e Criminalidade Organizada Transnacional, em Braga.
É que atualmente ele tem sido alvo de cobranças e ataques nas redes sociais por seguidores.
Por exemplo, eles consideram sua condução na PGR distante do ideal no combate a casos de corrupção no governo atual, o procurador-geral desabafou.
Nesse sentido, Aras desabafou:
“Não podemos permitir que o rolo compressor da leviandade, potencializado pelo poder quase ilimitado da disseminação virtual, fragilize nossas instituições. Que taxe de coniventes, omissos ou até criminosos, aqueles que, na condução do seu trabalho, não abrem mão do respeito às leis, à ampla defesa, ao processo legal, que é marco indispensável para o nosso processo civilizatório”.
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Dessa maneira, o chefe da PGR disse que utilizar as ferramentas virtuais para destruir reputações, ameaçar pessoas e fragilizar as instituições é tão grave.
Assim como quanto usar a tecnologia para aplicar golpes que causam prejuízos milionários aos cidadãos ou promover o tráfico internacional de drogas e de pessoas.
Do mesmo modo, Aras chamou a atenção para o que definiu como prática irresponsável de pressionar as autoridades constituídas — por meio das redes sociais, do submundo da internet.
Ou seja, para que ignorem os limites legais e condenem, antecipadamente, pessoas sobre as quais recaem suspeitas do cometimento de crimes.
“Vilipendiar a honra de alguém, apresentando essa pessoa como criminosa antes mesmo da instauração de um procedimento investigativo também é crime”, salientou.
E completou:
“Quando se desgasta uma instituição está se atingindo o próprio Estado e, numa democracia, isto é uma lesão muito grave”.
Ele lembrou que a comunicação livre, com liberdade de expressão, é indispensável à democracia.
Ainda conforme a publicação de Veja, o chefe da PGR destacou: “mas é preciso respeitar também “valores constitucionalmente protegidos, como a privacidade, a intimidade, a honra e a lisura dos certames eleitorais”.
Foto: Pedro França/Agência Senado