Autoridades se manifestam sobre resistência à prisão de Jefferson
Prisão domiciliar do ex-deputado Roberto Jefferson foi revogada por ministro do STF por uso de redes sociais

Aguinaldo Rodrigues
Publicado em: 23/10/2022 às 15:54 | Atualizado em: 23/10/2022 às 15:59
Autoridades se manifestam, neste domingo (23), sobre a resistência à prisão do ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB). Na resistência, ele usou granadas contra o carro dos agentes federais e dois deles ficaram feridos com estilhaços.
O ex-deputado teve a detenção domiciliar revogada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após descumprir medida de proibição de usar redes sociais. Moraes é também presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Além disso, Jefferson contestou a censura do TSE ao grupo de comunicação Jovem Pan, criticou e ofendeu a ministra da corte Cármen Lúcia por seu voto a favor da censura.
Nesse contexto, de acordo com o g1, Roberto Jefferson reagiu à ordem de prisão e atirou em policiais federais que foram cumprir o mandado de prisão na cidade de Comendador Levy Gasparian, no interior do Estado do Rio de Janeiro.
A informação foi confirmada por fontes da PF e pelo advogado de Jefferson, Luiz Gustavo Cunha.
Lula (PT), candidato à Presidência
“Eu fui informado que não só trocou tiros como soltou uma granada nos policiais (…). Não é um comportamento adequado, não é um comportamento normal (…) Nós disputamos tantas eleições, tantas eleições, há 50 anos que disputamos eleições, a gente nunca viu uma aberração dessa, uma ofensa dessa, uma cretinice dessa que esse cidadão que é o meu adversário estabeleceu no país. Ele conseguiu criar nesse país uma parcela da sociedade brasileira raivosa, com ódio, mentirosa e que espalha fake news o dia inteiro sem se importar se o filho dele está vendo, ouvindo a mentira ou não. É desrespeito pela sociedade. Eu acho que isso gera comportamento como esse do Roberto Jefferson.”
Jair Bolsonaro
“Repudio as falas do Sr. Roberto Jefferson contra a ministra Cármen Lúcia e sua ação armada contra agentes da PF, bem como a existência de inquéritos sem nenhum respaldo na Constituição e sem a atuação do MP. Determinei a ida do ministro da Justiça ao Rio de Janeiro para acompanhar o andamento deste lamentável episódio.”
Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado
“As atitudes repugnantes que ofenderam a ministra Cármen Lúcia e a deputada Marina Silva, duas valorosas mulheres brasileiras, não representam a nossa sociedade, que busca um país com mais equilíbrio, serenidade e igualdade. Preocupa-nos quantos fatos desses, a todo instante, acontecem com as mulheres Brasil afora sem que tenhamos conhecimento. Puni-los e calá-los é obrigação moral das instituições, principalmente da Justiça Penal. O Estado democrático de Direito confere liberdades ao cidadão, jamais o direito de praticar crimes e violar direito alheio.”
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Randolfe Rodrigues (Rede-AP), senador
“Os acontecimentos das últimas horas mostram diante de qual escolha nós estaremos, no curso dessa semana, até o próximo domingo. Um conhecido bolsonarista, delinquente e em prisão domiciliar, grava um vídeo, covarde, machista contra uma ministra do STF. A Justiça toma a medida de recolhê-lo e o que ele faz? Ele atira, dispara tiros contra policiais federais, atinge dois, lança granadas, reage de forma igualmente covarde contra as forças de segurança. É isto que representa o bolsonarismo, é isto que representa Bolsonaro. É contra isso que estamos lutando para devolver a democracia ao país. A esta altura, não se trata mais de manter a democracia, mas de interromper um ciclo autoritário que está em curso no nosso Brasil.”
Enquanto isso, Tânia Prado também se manifestou. Ela é presidente da Federação Nacional dos Delegados da PF (Fenadepol) e do Sindicato dos Delegados da PF em São Paulo
“Os fatos ocorridos hoje são gravíssimos, trata-se de tentativa de homicídio qualificado praticado contra policiais federais, uma afronta ao Estado constituído, e merece punição exemplar ao seu autor.”
Foto: redes sociais