Bolsonarista e indígena, deputada investiu fundo eleitoral na sua estética
Quem acusa é o Ministério Público Eleitoral contra eleita no Amapá

Publicado em: 07/10/2022 às 15:44 | Atualizado em: 07/10/2022 às 15:44
Indígena e bolsonarista, Silvia Waiãpi (PL), deputada federal eleita pelo Amapá no domingo (2), foi denunciada pelo Ministério Público (MP) Eleitoral por gasto ilícito de dinheiro público.
A representação descreve que ela teria usado R$ 9 mil dos recursos destinados à campanha deste ano para pagar uma harmonização facial em um consultório odontológico em Macapá.
Declarada como indígena, a candidata bolsonarista recebeu 5.435 votos (1,28%), sendo eleita por média. Foi a primeira vez que ela concorreu em um pleito eleitoral.
A representação foi assinada pelo procurador regional eleitoral Pablo Luz de Beltrand na quinta-feira (6) e foi produzida com base em depoimento da coordenadora de campanha de Silvia e do profissional que fez o procedimento estético. O documento apresenta ainda comprovantes bancários que apontam para as transferências entre as contas e os pagamentos feitos na clínica.
Acompanhada de advogado, a coordenadora de campanha procurou o MP Eleitoral para registrar a denúncia. O procedimento, feito em mais de uma sessão, começou a ser realizado no dia 29 de agosto. Foi também neste mesmo dia em que ela recebeu os recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC).
O MP pontua que ambos os depoimentos descrevem que Silvia transferiu dinheiro da conta da campanha para a conta pessoal da coordenadora, que em seguida fez o pagamento pela harmonização, no valor de R$ 9 mil, por ordem da deputada eleita.
O MP Eleitoral pede a negativa de expedição de diploma de deputada federal para Silvia, ou a cassação se caso o diploma já estiver sido outorgado, por prática de gastos ilícitos de recurso do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) nas eleições de 2022.
Leia mais na matéria de Fabiana Figueiredo no G1
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Foto: Marcelle Corrêa/g1