Bolsonaristas fazem até ameaças de morte e banqueiro cancela palestras
CrĂtico ferrenho do presidente Jair Bolsonaro e seu governo, ele vem recebendo ameaças de vĂ¡rios tipos

Publicado em: 22/09/2022 Ă s 16:13 | Atualizado em: 22/09/2022 Ă s 16:13
O ex-banqueiro Eduardo Moreira teve que cancelar vĂ¡rios compromissos agendados nos prĂ³ximos meses para preservar a prĂ³pria segurança. Ele Ă© muito procurado para dar palestras sobre a conjuntura econĂ´mica do Brasil.
CrĂtico ferrenho do presidente Jair Bolsonaro e seu governo, ele vem recebendo ameaças de vĂ¡rios tipos, inclusive de morte, desde que, em maio de 2020, seu nome foi incluĂdo em relatĂ³rio encomendado pelo MinistĂ©rio da Economia para identificar “detratores” da polĂtica tocada pelo ministro Paulo Guedes.
Com a proximidade das eleições, as ameaças voltaram a ser frequentes – e mais ousadas.
“SĂ£o comentĂ¡rios muito agressivos, pessoas dizendo que eu deveria tomar cuidado quando saĂsse na rua, que eu era um ‘comunista safado'”, contou Moreira Ă coluna. “E algumas mensagens mais graves”.
Uma entrevista que o ex-banqueiro deu no ano passado, denunciando as pĂ©ssimas condições de vida dos indĂgenas na cidade de Dourados, em Mato Grosso do Sul, tambĂ©m provocou uma reaĂ§Ă£o violenta.
“Ali começaram as ameaças de morte”, recorda Moreira. “Foram mais de uma centena, no estilo ‘vamos sumir com esse cara’, ‘nĂ£o se assuste se esse cara nĂ£o aparecer mais’, atĂ© chegar ao cĂºmulo de um clube de tiro fazer campanha contra mim. Eu abri um processo contra o clube e ganhei”.
A revelaĂ§Ă£o sobre as ameaças foi feita ontem, durante o programa jornalĂstico ICL NotĂcias, que Moreira apresenta em seu canal no YouTube. Naquele espaço, comenta as notĂcias de segunda a sexta, fazendo crĂticas contundentes a Bolsonaro.
As ameaças se mantinham em ritmo constante, mas, Ă medida que as eleições foram se aproximando, voltaram a crescer. “Passei a receber mensagens que nĂ£o recebia antes. VĂdeos de pessoas identificadas, adultas, algumas de nĂvel universitĂ¡rio, dizendo que se eu nĂ£o me desculpasse (em relaĂ§Ă£o Ă s crĂticas ao presidente) ia pagar com a minha vida”, explica.
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Foto: ReproduĂ§Ă£o