Governadores aliados abandonam Bolsonaro e ato Ă© esvaziado

Uma manifestaĂ§Ă£o convocada por Bolsonaro reĂºne 33 mil apoiadores na Praia de Copacabana e deixa o ex-presidente decepcionado.

Governadores aliados abandonam Bolsonaro e ato Ă© esvaziado

Publicado em: 22/04/2024 Ă s 10:18 | Atualizado em: 22/04/2024 Ă s 10:18

A icĂ´nica Praia de Copacabana foi palco de uma manifestaĂ§Ă£o convocada por Jair Bolsonaro (PL), ex-presidente do Brasil. O evento, que atraiu algo em torno de 33 mil apoiadores, de acordo com o cĂ¡lculo do grupo de pesquisa “Monitor do debate polĂ­tico” da USP, contou com uma sĂ©rie de discursos proferidos por figuras distintas, incluindo o prĂ³prio Bolsonaro, sua esposa Michelle e o pastor Silas Malafaia, entre outros.

No entanto, o calor intenso acabou encurtando a duraĂ§Ă£o do ato.

Apesar de alguns discursos rĂ¡pidos terem ocorrido antes, como os do general Walter Braga Netto e de Valdemar Costa Neto, presidente do PL, o inĂ­cio formal aconteceu por volta das 10h e encerrou-se cerca de duas horas e meia depois, apĂ³s o pronunciamento de Bolsonaro.

Dentre os nomes notĂ¡veis presentes no evento, destaca-se o bilionĂ¡rio Elon Musk, proprietĂ¡rio do X (antigo Twitter), que tem protagonizado uma sĂ©rie de ataques ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). PorĂ©m, nos bastidores do encontro, foram outros aspectos que chamaram a atenĂ§Ă£o.

Uma dessas particularidades foi a estratĂ©gia adotada para evitar encontros indesejados na praia entre os investigados por supostas investidas antidemocrĂ¡ticas, como determinado pelo ministro Alexandre de Moraes.

Figuras como o general Walter Braga Netto, o ex-presidente Jair Bolsonaro e o dirigente do PL, Valdemar Costa Neto, foram proibidas de manter qualquer contato.

O general Braga Netto, por exemplo, fez uma rĂ¡pida apariĂ§Ă£o antes do inĂ­cio formal do evento, enquanto Valdemar e Bolsonaro optaram por se hospedar em hotĂ©is diferentes para evitar qualquer possibilidade de cruzamento.

Durante os discursos, houve um momento em que o presidente do PL mencionou o senador RomĂ¡rio, que, embora ausente, foi vaiado pelo pĂºblico devido Ă  sua postura no Congresso Nacional, nem sempre alinhada ao bolsonarismo.

AlĂ©m disso, um tumulto ocorreu na barreira montada no local devido Ă  falta de pulseiras para credenciamento de autoridades, resultando em descontentamento por parte daqueles que esperavam tratamento diferenciado para acessar a manifestaĂ§Ă£o.

A presença de governadores foi discreta, com apenas ClĂ¡udio Castro, do Rio de Janeiro, e Jorginho Mello, de Santa Catarina, marcando presença, porĂ©m sem discursar. A ausĂªncia mais notada foi a do governador de SĂ£o Paulo, TarcĂ­sio de Freitas, que, apesar disso, recebeu elogios de Bolsonaro durante o evento.

O prĂ©-candidato do PL Ă  prefeitura do Rio, Alexandre Ramagem, teve destaque na chegada ao lado de Bolsonaro, mas optou por nĂ£o discursar para evitar possĂ­veis problemas legais relacionados Ă  campanha antecipada.

Por fim, embora inicialmente estivessem previstos 12 discursos, apenas sete pessoas falaram ao pĂºblico devido Ă s condições climĂ¡ticas, conforme decisĂ£o de Bolsonaro. Em seu prĂ³prio pronunciamento, o ex-presidente pediu anistia para os presos pelos ataques ocorridos em 8 de janeiro de 2023, tema que tambĂ©m ecoou entre os presentes no evento.

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Foto: Fernando FrazĂ£o/AgĂªncia Brasil