Moraes dĂ¡ 48 horas para Bolsonaro e Costa Neto explicarem encontro

Ministro Alexandre de Moraes, do STF, deu 48 horas para Bolsonaro e Valdemar Costa Neto esclarecerem possĂ­vel descumprimento de proibiĂ§Ă£o de contato. InvestigaĂ§Ă£o envolve tentativa de golpe de Estado.

Publicado em: 09/08/2024 Ă s 19:43 | Atualizado em: 12/08/2024 Ă s 09:38

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), estabeleceu um prazo de 48 horas para que Jair Bolsonaro, ex-presidente da RepĂºblica, e Valdemar Costa Neto, presidente do Partido Liberal (PL), apresentem esclarecimentos sobre o possĂ­vel descumprimento da proibiĂ§Ă£o de manter contato. A ordem judicial foi emitida no contexto da investigaĂ§Ă£o sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado no Brasil.

De acordo com a decisĂ£o proferida por Moraes nesta sexta-feira (9/8), foram reportadas informações indicando que, apesar de cientes da proibiĂ§Ă£o, Bolsonaro e Valdemar estiveram juntos na convenĂ§Ă£o do MDB no Ăºltimo sĂ¡bado (3/8), realizada na Assembleia Legislativa do Estado de SĂ£o Paulo (Alesp).

Durante o evento, que oficializou a candidatura de Ricardo Nunes Ă  reeleiĂ§Ă£o como prefeito de SĂ£o Paulo, os dois lĂ­deres polĂ­ticos dividiram o palco com outras figuras proeminentes, incluindo o governador de SĂ£o Paulo, TarcĂ­sio de Freitas, Michele Bolsonaro e prĂ©-candidatos a vereador do partido.

A proibiĂ§Ă£o de contato entre Bolsonaro e Valdemar estĂ¡ relacionada Ă s investigações da PolĂ­cia Federal (PF) sobre a tentativa de invalidar o resultado das eleições de 2022. Em fevereiro deste ano, a PF deflagrou a operaĂ§Ă£o “Tempus Veritatis” (“hora da verdade”, em latim), visando ex-ministros, ex-assessores e Bolsonaro, acusados de articular um golpe de Estado para impedir a posse de Lula, vencedor das eleições.

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O relatĂ³rio da PF sugere que o Partido Liberal foi utilizado para financiar uma estrutura de apoio Ă  contestaĂ§Ă£o dos resultados eleitorais de 2022, com Valdemar Costa Neto sendo apontado como o principal articulador dessas ações. A operaĂ§Ă£o identificou que o grupo investigado atuava em nĂºcleos para disseminar a ideia de fraude eleitoral, legitimando, assim, uma possĂ­vel intervenĂ§Ă£o militar.

AlĂ©m dessa determinaĂ§Ă£o, o ministro Alexandre de Moraes revogou, tambĂ©m nesta sexta-feira, a prisĂ£o preventiva de Filipe Martins, ex-assessor especial de Bolsonaro, que estava preso desde fevereiro por suspeita de envolvimento na tentativa de golpe.

A soltura foi respaldada por um parecer da Procuradoria-Geral da RepĂºblica (PGR), que concluiu nĂ£o haver provas de que Martins teria deixado o paĂ­s, justificando assim a revogaĂ§Ă£o de sua prisĂ£o. Martins passou seis meses detido no Complexo MĂ©dico Penal de Pinhais, no ParanĂ¡.

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Foto: Beto Barata/PL