Coronel ajudante de Bolsonaro pode sair preso de interrogatĂ³rio na PF

Tenente-coronel Mauro Cid Ă© investigado por omitir informações em delaĂ§Ă£o sobre golpe de Estado.

Minuta do golpe: Cid muda de conversa para poupar Bolsonaro

Publicado em: 19/11/2024 Ă s 10:30 | Atualizado em: 19/11/2024 Ă s 10:30

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), serĂ¡ ouvido novamente pela PolĂ­cia Federal (PF) nesta terça-feira (19/11), em BrasĂ­lia, apĂ³s indĂ­cios de que teria omitido informações cruciais em seu acordo de delaĂ§Ă£o premiada.

Cid, que havia prometido revelar detalhes sobre a tentativa de golpe de Estado liderada por uma organizaĂ§Ă£o criminosa ligada ao ex-presidente, pode voltar Ă  prisĂ£o caso as suspeitas sejam confirmadas.

Dados recuperados de dispositivos eletrĂ´nicos, por meio de um avançado software israelense usado pela PF, revelaram novos elementos da trama golpista, incluindo planos de rapto do presidente Luiz InĂ¡cio Lula da Silva e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

As investigações também indicam que os golpistas estudaram a rotina e segurança de Lula, prevendo possíveis confrontos armados com suas equipes.

Essas descobertas levaram Ă  prorrogaĂ§Ă£o das investigações por mais 60 dias, adiando o relatĂ³rio final da PF que deve incluir o indiciamento de Bolsonaro e membros de sua cĂºpula, como os generais Augusto Heleno, Walter Braga Netto e Paulo SĂ©rgio Nogueira, para o inĂ­cio de 2025.

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A PF utiliza o software israelense Cellebrite Premium, capaz de recuperar dados apagados de dispositivos eletrĂ´nicos, como mensagens, imagens e registros de chamadas.

A tecnologia jĂ¡ foi empregada em investigações anteriores, como no caso da morte de Henry Borel e na apuraĂ§Ă£o de atos antidemocrĂ¡ticos em 2023.

A colaboraĂ§Ă£o de Mauro Cid Ă© considerada central para desmantelar a organizaĂ§Ă£o criminosa golpista, mas sua credibilidade estĂ¡ em xeque apĂ³s tentativas de tumultuar as investigações e sua recente entrevista contradizendo a delaĂ§Ă£o. Se a omissĂ£o for confirmada, a Justiça poderĂ¡ determinar sua volta Ă  prisĂ£o.

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