Bolsonaro fez um Brasil doente, onde é normal o ódio que já não comove
"O Brasil piorou e se tornou um local hostil para se viver"

Publicado em: 05/04/2023 às 17:26 | Atualizado em: 05/04/2023 às 17:26
Nos últimos 4 anos, durante o governo Bolsonaro o ódio e a intolerância foram normalizados, como reflete o artigo no blog do Vicente no Correio Braziliense.
Com o título “O Brasil está doente, normalizou o ódio, a intolerância”, o texto apresenta um tom bastante crítico a cultura que se criou através das incitações do ex-presidente da República aos seus apoiadores radicais.
O reflexo do artigo apresenta o assassinato, a machadadas, de quatro crianças de 4, 5 e 7 anos nesta quarta-feira (5), em Blumenau, Santa Catariana. Trata-se do estado em que há mais células nazistas. De acordo com o colunista, “é a síntese de como o Brasil piorou e se tornou um local hostil para se viver. Pior, as pessoas, no geral, não se comovem mais com a barbárie. Quando alguém é morto, apenas se ouve, foi mais um”.
“Não pode um menino de apenas 13 anos, uma criança, matar a facadas uma professora. Não pode um agente policial assassinar um jovem com nove tiros e ferir outra pessoa porque não conseguiu comprar uma pizza brotinho. O que é isso? Que país é esse em que alguém decide que pode tirar a vida do outro somente porque foi contrariado ou porque está com raiva?”, diz o texto.
Em face disso, o artigo também apresenta que: “Os últimos quatro anos foram devastadores no que se refere ao respeito à vida, ao respeito ao próximo. Incitou-se o ódio às mulheres — os casos de feminicídio são assustadores —, aos integrantes da comunidade LGBTQIA+ — o Brasil é onde mais se mata por causa da orientação sexual —, aos negros — esses, eternamente discriminados. E estão matando crianças”.
“Estamos diante de um Brasil armado até os dentes. Até quando vamos aceitar tanto descalabro? Até quando veremos o Estado leniente com a barbárie? As cidades estão dominadas pelo poder paralelo, pelo crime organizado. O nosso algoz está logo ali. Basta a primeira discordância para uma vida ser ceifada”.
“O Brasil está doente. A sociedade brasileira está doente. Todos nós precisamos de um bom tratamento. Temos de voltar a nos indignar com a violência. Não podemos mais normalizar o absurdo. É urgente retornarmos à racionalidade antes que seja tarde demais. A próxima vítima pode ser qualquer um de nós”.
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