Bolsonaro assina decreto que ameaça Amazônia com cana-de-açúcar

MPF cobra do Incra ação na redução do desmatamento na Amazônia

Israel Conte

Publicado em: 07/11/2019 às 08:04 | Atualizado em: 07/11/2019 às 13:38

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) revogou o decreto que estabelecia o zoneamento agroecológico da cana-de-açúcar e impedia a expansão do cultivo por áreas sensíveis do País, como Amazônia e Pantanal.

A medida contraria a visão de cientistas da área, de ambientalistas e até de parte do setor produtivo. E acontece justamente quando o boletim do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia ( Imazon ) divulgado ontem aponta que o desmatamento em setembro erradicou 802 km² da Amazônia Legal, contra 444 km² no mesmo mês de 2018.

O corte raso corresponde à retirada total da vegetação, convertendo o terreno em pasto. Pará, Rondônia e Amazonas, estados de fronteira agrícola e especulação imobiliária, lideram o ranking dos mais problemáticos.

 

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Idealizador do decreto revogado por Bolsonaro, o ex-ministro do Meio Ambiente Carlos Minc avalia que o presidente “abriu a porteira para desmatadores”.

“A produção agrícola brasileira não precisa de mais território. Seu crescimento, hoje, está ligado ao aumento da produtividade na área que já ocupa”,  assinala. “O decreto de Bolsonaro é um retrocesso terrível, tanto do ponto de vista ambiental quanto econômico. Parte do mercado internacional boicota nossos vegetais devido ao uso de agrotóxicos. Agora, vamos fragilizar mais ainda nossas exportações.”

 

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