Bolsonaro insiste na cloroquina, apesar de OMS encerrar testes

O órgão internacional decidiu pausar sua pesquisa até que a segurança do remédio seja avaliada em detalhes

25/05/2020 20:24

Em nota técnica o CFM não recomenda o uso da hidroxicloroquina

O presidente Jair Bolsonaro insiste na cloroquina, mesmo após a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciar a pausa no estudo de larga escala que envolve o medicamento.

Como porta-voz do governo, Mayra Pinheiro, secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, do Ministério da Saúde, afirmou que a pasta não irá recuar. Sobretudo no protocolo da cloroquina para pacientes leves. Ela concedeu entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira, dia 25.

Com relação a decisão da OMS de encerrar o estudo, essa foi tomada após os resultados de uma pesquisa feita pela Universidade de Harvard. A princípio publicados na respeitada revista científica The Lancet na sexta-feira, dia 22.

O levantamento, que acompanhou os dados de 96 mil pacientes de vários países. No entanto, não encontrou eficácia na cloroquina. Além disso, ainda alertou para a possibilidade de o medicamento estar relacionado a um aumento no risco de morte. Sobretudo por problemas cardíacos.

O órgão internacional decidiu pausar sua pesquisa até que a segurança do remédio seja avaliada em detalhes.

A secretária afirma que não haverá modificação na nota emitida pelo governo brasileiro. Ela disse que médico e paciente continuam tendo direito à prescrição.

Segundo a secretária, a pesquisa feita pela Universidade de Harvard usou um banco de dados de pessoas de vários países.

“Não entram nos critérios clínicos para servir de referência para nenhum país do mundo e nem para o Brasil. Eles não usavam uma medicação, dose ou duração padrão, o que nos faz refutar qualquer possibilidade de citar esse estudo e voltar atrás na orientação de respeitar a autonomia médica”, diz Mayra.