Bolsonaro transformou a entrada de sua filha Laura no Colégio Militar de Brasília pela porta do privilégio num processo de desmoralização a que vem submetendo o Exército desde que assumiu a Presidência.
Para matricular a filha de 11 anos na escola militar sem o esforço de um teste de conhecimentos, Bolsonaro forçou o Exército a criar uma realidade paralela.
Nela, conforme a publicação do UOL, o status funcional do capitão reformado subiu para capitão da reserva.
A história de Bolsonaro no Exército está bem documentada no livro “O Cadete e o Capitão”, do jornalista Luiz Maklouf Carvalho. Ele conta que Bolsonaro, aos 32 anos, foi expurgado do Exército nas pegadas de um episódio que envolvia a elaboração do croqui de um atentado a bomba contra uma adutora no Rio de Janeiro.
Convertido em presidente da República, Bolsonaro abusa de sua condição de comandante em chefe das Forças Armadas. Dedica-se a apequenar o que chama de “meu Exército”.
Bolsonaro impôs seu negacionismo à tropa, encomendando ao laboratório do Exército um aumento na produção de cloroquina.
Além de transformar o Ministério da Saúde numa ocupação militar comandada pela inépcia do general Eduardo Pazuello.
Agora, Bolsonaro subverte até as regras de uma escola militar para livrar a filha de uma bateria de provas de admissão.
O episódio deixa mal Laurinha, privada pelo pai de adquirir respeitabilidade, e o Exército, que não se dá ao respeito.
Leia mais na coluna de Josias de Souza, no UOL .
Foto: Marcos Corrêa/Presidência da República