O futuro ministro da Saúde, deputado sul-mato-grossense Luiz Henrique Mandetta (DEM), voltou a defender nesta segunda-feira (26) a realização de uma avaliação periódica para os médicos em atividade no país, mesmo com o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), que o convidou para assumir a pasta, já tendo se manifestado contrário a proposta.
Mandetta (na foto , ao lado de Bolsonaro) citou a proposta inicialmente em uma entrevista ao Globo, deste domingo (25).
No mesmo dia, Bolsonaro disse que era contra a medida.
“Sou contra o Revalida para médicos brasileiros. Ele [Mandetta] está sugerindo o Revalida com certa periodicidade. Sou contra porque vai desaguar na mesma situação que acontece com a OAB. Não podemos formar jovens no Brasil – cinco anos no caso de bacharéis em direito – e depois submetê-los a serem boys de luxo em escritórios de advocacia”, afirmou.
Nesta segunda, mesmo com a reprovação do presidente eleito, o futuro ministro da Saúde em entrevista ao Bom Dia MS, voltou a defender a proposta, dizendo que ela deve fazer parte de um novo marco regulatório para a medicina e outras profissões da área.
Ao telejornal, Mandetta disse ainda que é contrário a submeter o médico recém-formado a um exame de proficiência, nos moldes do aplicado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), para que ele possa exercer a profissão.
“Exame para médico recém-formado, nos moldes da OAB, não. E por que não? Porque, primeiro esse jovem médico está deixando a universidade após 7.400 horas de capacitação. É o maior tempo de capacitação no Brasil. Nós não podemos pegar esse profissional, depois de todo o investimento feito nele, pelo mercado ou mesmo pelo governo brasileiro, por meio de políticas públicas, como o Fies e resumir tudo isso em uma prova e dizer que ele não pode exercer. Não é essa a ideia”, explicou.
O futuro ministro disse que em vez dessa proposta, que está tramitando por meio de um projeto no Senado, a ideia é criar um novo marco regulatório para a medicina, já que o atual, que criou o Conselho Federal de Medicina, é do governo Juscelino Kubitschek, em 1956.
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Foto: Rafael Carvalho/Governo de Transição – 20/nov/2018