Bolsonaro inflou motociatas com motos compradas com dinheiro pĂºblico
RevelaĂ§Ă£o foi feita por quem liberava o dinheiro para os gastos de Bolsonaro.

Da redaĂ§Ă£o do BNC AmazonasÂ
Publicado em: 04/03/2025 Ă s 15:10 | Atualizado em: 04/03/2025 Ă s 15:20
O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, afirmou em delaĂ§Ă£o premiada que o ex-presidente usou dinheiro do cartĂ£o corporativo da PresidĂªncia para financiar suas motociatas.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, retirou o sigilo dos depoimentos, revelando detalhes sobre o esquema.
Segundo Cid, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) comprou motocicletas para acompanhar Bolsonaro e garantir a estĂ©tica padronizada dos eventos. AlĂ©m disso, o governo pagou transporte, hospedagem e alimentaĂ§Ă£o dos envolvidos, incluindo apoiadores.
Uso do cartĂ£o corporativo pode configurar crime
O financiamento das motociatas com dinheiro pĂºblico pode ser ilegal. A lei garante segurança a ex-presidentes, mas nĂ£o autoriza gastos para eventos polĂticos. Bolsonaro usou recursos da PresidĂªncia para bancar despesas pessoais e eventos com viĂ©s eleitoral, segundo as investigações.
Os responsĂ¡veis justificaram os gastos como despesas de segurança, dificultando a detecĂ§Ă£o do desvio. No entanto, os depoimentos de Cid e documentos da PolĂcia Federal mostram que o dinheiro custeou muito mais do que a proteĂ§Ă£o presidencial, incluindo deslocamento de apoiadores e montagem de estruturas.
Investigações
As revelações de Cid fortalecem a denĂºncia da Procuradoria-Geral da RepĂºblica (PGR) contra Bolsonaro e outros 33 investigados por tentativa de golpe de Estado. O ex-presidente nega qualquer irregularidade e se diz perseguido politicamente.
O STF pode aprofundar as investigações para rastrear os gastos do cartĂ£o corporativo. Enquanto isso, parlamentares da oposiĂ§Ă£o se articulam para convocar ex-integrantes do governo e cobrar explicações no Congresso.
Se as apurações confirmarem o desvio de recursos, Bolsonaro pode enfrentar novos processos e denĂºncias por improbidade administrativa e desvio de dinheiro pĂºblico, ampliando sua vulnerabilidade jurĂdica.
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Foto: Cleber Caetano/ PR