Braço direito de Bolsonaro Ă© citado em fraude milionĂ¡ria de corretora

Superministério BRACO DIREITO BOLSONARO FRAUDE

Publicado em: 15/09/2018 Ă s 14:58 | Atualizado em: 15/09/2018 Ă s 15:03

O braço direito da campanha presidencial de Jair Bolsonaro (PSL), Paulo Guedes (foto), Ă© apontado como beneficiĂ¡rio de fraude milionĂ¡ria protagonizada pela corretora Dimarco na Bolsa de Valores. O economista é candidato a ministro da Fazenda num eventual governo de Bolsonaro.

Guedes se defende: “Se tem 30 dias que fui citado, vou tomar conhecimento de que citaĂ§Ă£o Ă© essa. Eu sei que assim que comecei a ajudar numa campanha começaram a aparecer citações”, declarou Ă  revista digital CrusoĂ©, citada por Congresso em Foco.

O economista Ă© citado em processo recĂ©m-julgado pela Justiça Federal como beneficiĂ¡rio de um esquema fraudulento que provocou perdas milionĂ¡rias na Bolsa de Valores ao Fapes, fundo de pensĂ£o dos funcionĂ¡rios do Banco Nacional de Desenvolvimento EconĂ´mico e Social (BNDES).

As informações da CrusoĂ© estĂ£o nos autos e na sentença proferida em 3 de julho pelo juiz Tiago Pereira, da 5ª Vara Criminal do Rio de Janeiro.

Segundo a reportagem de Filipe Coutinho, os documentos reunidos no processo apontam que a GPG Participações, do economista e de seu irmĂ£o, faturou R$ 600 mil em apenas dois dias de operaĂ§Ă£o na Bolsa por meio de uma aĂ§Ă£o fraudulenta, conduzida pela corretora Dimarco.

No perĂ­odo investigado, o fundo de pensĂ£o, tambĂ©m sob a batuta da corretora carioca, amargou prejuĂ­zo de R$ 12 milhões.

Os clientes citados como beneficiĂ¡rios do esquema, incluĂ­do aĂ­ Guedes, ganharam R$ 5 milhões.

Segundo a revista, como o foco estava na conduta da corretora, a investigaĂ§Ă£o nĂ£o avançou sobre o economista.

Mas, ainda conforme a publicaĂ§Ă£o, o magistrado Ă© categĂ³rico ao concluir que as fraudes cometidas pela corretora beneficiaram o mentor econĂ´mico de Jair Bolsonaro e outros investidores.

Ele teve sucesso em todas as 17 operações que fez.

“Como prova da atribuiĂ§Ă£o ilĂ­cita de contratos em favor de clientes escolhidos pelos rĂ©us, Ă© a constataĂ§Ă£o de que dois dos comitentes investigados, Franklin Delano Lehner e GPG Participações LTDA, que apuraram Ă³timos resultados no mercado futuro de Ibovespa quando operaram pela Dimarco, em pregões com a participaĂ§Ă£o da Fapes, tiveram, ao mesmo tempo, pĂ©ssimos resultados quando realizaram transações anĂ¡logas em outras corretoras, o que demonstra que o sucesso de suas transações nĂ£o se poderia explicar, unicamente, por seu conhecimento e por sua capacidade de mercado”, diz trecho da sentença do juiz Tiago Pereira.

 

Outro lado

Em entrevista à CrusoĂ©, Paulo Guedes disse que seus operadores tinham autonomia para distribuir as ordens de investimento entre diversas corretoras e que Ă© normal ter lucros e perdas expressivas em diferentes corretoras. O economista afirmou que nĂ£o tem relaĂ§Ă£o com a Dimarco e que desconhecia o processo em que Ă© citado.

Guedes afirmou que vai buscar informações sobre o caso e o associou ao perĂ­odo eleitoral. “Se tem 30 dias que fui citado, vou tomar conhecimento de que citaĂ§Ă£o Ă© essa. Eu sei que assim que comecei a ajudar numa campanha começaram a aparecer citações. E vou lidar com elas, cada uma por vez”, declarou Ă  revista digital.

 

Foto:  ReproduĂ§Ă£o/Instituto Millenium