Braga é excluído da oposição e já tratado como bolsonarista na CPI da covid

A avaliação dos demais parlamentares do grupo é de que Braga “se bandeou” para o lado governista nas últimas duas semanas, quando deixou, inclusive, de participar das reuniões do bloco

Diamantino Junior

Publicado em: 01/07/2021 às 12:00 | Atualizado em: 01/07/2021 às 12:23

Formado inicialmente por sete senadores independentes e de oposição, o grupo majoritário da CPI da covid, até então conhecido como G7, excluiu um integrante: o senador Eduardo Braga (MDB-AM).

A avaliação dos demais parlamentares do grupo é de que o senador “se bandeou” para o lado governista nas últimas duas semanas, quando deixou, inclusive, de participar das reuniões do bloco.

Por conta disso, os demais seis senadores já criaram, inclusive, um novo grupo de WhatsApp para se comunicarem, sem a presença de Braga, que é o líder do MDB no Senado.

A possível mudança de lado de Braga na comissão já vinha sendo sentida pelos integrantes do grupo majoritário e até pelos governistas há mais de três semanas, como a coluna noticiou, ainda em 11 de junho.

Procurado, Braga negou aproximação com os governistas. Por meio da assessoria de imprensa, o líder do MDB afirmou que sua posição é pública e continua sendo de “independência”.

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Na sessão da CPI desta quarta-feira (30), o emedebista discutiu com o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), por divergências em relação aos caminhos para a comissão investigar os estados, sobretudo o Amazonas.

O senador Eduardo Braga, do MDB do Amazonas, se insurgiu imediatamente ao anúncio do presidente da CPI da covid, Omar Aziz (PSD-AM), de que apresentou requerimento para quebrar sigilo de familiares da conselheira do Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM).

Dessa forma, Braga, que “treinou” o deputado Fausto Júnior (MDB-AM) para o depoimento na CPI, tentou blindar o filiado de seu partido.

O senador Braga usou artigo do regimento interno do Senado para pedir a retirada da pauta de votação dos 41 requerimentos sugeridos pelo presidente da comissão.

Ele disse que precisava conhecer o mérito e o fundamento dos requerimentos que foram adicionados à pauta e pediu que Omar explicasse os pedidos.

O presidente da CPI declarou que a maioria dos requerimentos foi assinada por ele, por presidir o colegiado, e os pedidos são temas ligados ao Amazonas.

Omar disse que existem “fortes indícios de uma conselheira do Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM) (Yara Lins, mãe do deputado Fausto Jr) receber benefícios para o filho (relator da CPI da Saúde) não ter indiciado o governador (Wilson Lima)”.

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Foto: Agência Senado