No Brasil de Bolsonaro, covid mata 400 mil

Mais de um ano de epidemia, 400 mil brasileiros que se foram, mas presidente do Brasil não muda atitude nem mostra sensibilidade com vidas perdidas

Cidadão leva caixão nas ruas de Manaus

Neuton Corrêa, da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 29/04/2021 às 13:51 | Atualizado em: 29/04/2021 às 13:52

O Brasil chegou hoje, dia 29 de abril, à marca dos 400 mil mortos pela covid (coronavírus).

Bolsonaro é nome mais citado pela mídia neste momento, atribuindo a ele responsabilidade pelos lutos. Alguns chegam a chamá-lo abertamente de genocida.

Essa imediata associação de Bolsonaro a vidas de brasileiros perdidas tem explicação.

Quando a crise sanitária bateu às portas do Brasil, no ano passado, ele desacreditou na gravidade da pandemia.

Chamou a doença de gripezinha e estimou que o vírus mataria apenas 800 pessoas. E, sobretudo, de idosos e que não tivessem histórico de atleta, como ele, Bolsonaro.

Além disso, o presidente da nação estimulou comportamentos que expunham a população ao risco de contaminação. Igualmente tenta, até hoje, jogar os brasileiros contra prefeitos e governadores. Bolsonaro acusa frontalmente estes do fracasso da economia por causa das medidas restritivas de circulação da população para conter a doença.

Ele, portanto, fez e faz isso em gestos simples e ostensivos. Por exemplo, promovendo aglomerações e aparecendo em público sem máscara.

Essas são medidas básicas para proteger as pessoas da infecção, conforme recomenda a ciência da saúde.

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‘Tratamento precoce’ e sem vacina

E, quando teve oportunidade de atenuar sua conduta genocida, Bolsonaro prescreveu “tratamento precoce” contra o vírus. Trata-se, pois, de uma atitude boçal, uma vez que seu “kit covid” não tem eficácia. Além disso, já foi alertado inúmeras vezes que cloroquina e outros não têm recomendação científica contra o coronavírus.

Dessa maneira, o presidente do Brasil segue criando obstáculo à imunização dos brasileiros.

Muitas dessas 400 mil vidas perdidas estão nas costas de Bolsonaro. Afinal, está mais do que comprovado que só a vacinação em massa pode evitar que o Brasil continue a perder seus filhos diariamente.

Portanto, é atribuída muita responsabilidade a Bolsonaro por ter se negado a comprar vacinas quando lhe foram oferecidas ainda em 2020.

Amplificou sua ignorância e desprezo pela vida quando ridicularizou os chineses fabricantes da Coronavac. É a mesma vacina que hoje é a mais aplicada no Brasil. E isso graças à atitude de seu adversário político de São Paulo, igualmente vítima de suas agressões verbais.

Para acrescentar mais um item aos muitos erros cometidos por sua falta de gestão, Bolsonaro não realizou, como em governos anteriores, nenhuma campanha para orientar a população sobre a doença.

Tudo isso, certamente, concorreu para a montanha de cadáveres que se faz hoje e impõe ao país o maior vexame de sua história.

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Amazonas, triste exemplo

Ao contrário do que pensou que aconteceria, da pandemia terminar em dezembro passado, o futuro da doença e dos brasileiros ainda é um mar de incerteza.

O Amazonas, por tudo isso, é o melhor exemplo a mostrar o quanto Bolsonaro fez mal no enfrentamento da covid. No mês em que disse que a pandemia tinha acabado, o estado entrava na segunda e mais letal onda da doença.

Como resultado da má gestão do governo, milhares de amazonenses perderam a vida. Muitos asfixiados pela falta do oxigênio que Bolsonaro e seu ministro da Saúde negaram quando lhes foi pedido socorro.

Foto: Chico Batata/cedida gentilmente ao BNC Amazonas