Brasileiras adiam maternidade e têm menos filhos, aponta IBGE
Fecundidade recua a 1,6 filho por mulher e queda entre adolescentes é destaque positivo.
Adrissia Pinheiro
Publicado em: 27/06/2025 às 15:42 | Atualizado em: 27/06/2025 às 16:12
A maternidade no Brasil tem sido cada vez mais tardia. É o que mostram os dados do Censo 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta sexta-feira (27). A taxa de fecundidade caiu para 1,6 filho por mulher, abaixo do índice de 1,9 registrado em 2010. O número é menor do que o dos Estados Unidos (1,7) e da França (1,8).
Na região Norte, historicamente com os maiores índices, também houve queda: a taxa recuou de 2,47 para 1,89. Em 1960, a média nacional era de 6,28 filhos por mulher, chegando a 8,56 no Norte.
Outro dado relevante é a queda da gravidez na adolescência. Entre as jovens de 15 a 19 anos, a fecundidade caiu de 15,6% para 11,4%. Já o grupo entre 25 e 29 anos passou a concentrar o maior percentual de nascimentos.
Por outro lado, aumentou o número de partos em mulheres acima dos 30 anos. Na faixa dos 30 a 34 anos, a taxa subiu de 18,7% para 21%. Entre 35 e 39 anos, o crescimento foi de 10,7% para 13,7%. Até mesmo as faixas de 40 a 44 e de 45 a 49 anos apresentaram alta.
A idade média da fecundidade no país, segundo o IBGE, passou de 26,3 anos, em 2000, para 28,1 em 2022. No Sul e Sudeste, chegou a 28,7. No Norte e Nordeste, também subiu, atingindo 27 e 27,7 anos, respectivamente.
Apesar dos benefícios, há desafios. O país está abaixo da taxa de reposição populacional (2,1 filhos por mulher), o que indica uma futura redução da população total. A mudança pode impactar áreas como previdência e mercado de trabalho.
Segundo o IBGE, o novo cenário demográfico é resultado de maior escolaridade, maior acesso a métodos contraceptivos, mudanças nos projetos de vida das mulheres e aumento do custo de vida, especialmente nas grandes cidades.
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Foto: José Cruz/Agência Brasil