“Cabeça do Cachorro” pode ser liberada para mineração

Neuton Correa

Publicado em: 16/02/2017 às 05:56 | Atualizado em: 16/02/2017 às 05:56

A “Cabeça do Cachorro”, localizada no alto rio Negro, no Município de São Gabriel da Cachoeira, a 1.146 quilômetros por via fluvial, no noroeste do Amazonas, fronteira com a Colômbia e a Venezuela, está nos planos do Governo Michel Temer (PMDB) de ser aberta à exploração mineral.

Cobiçada pelo capital internacional por causa da diversidade mineral encontrada ali, mas, sobretudo, pelo nióbio, considerado importante para indústria de alta tecnologia como a de fabricação de turbinas e naves espaciais, o lugar faz “parte de um pacote de anúncios que autoridades brasileiras levarão a investidores estrangeiros durante evento global de mineração que ocorre em março no Canadá”, publicou nesta quinta-feira, dia 16, o jornal Valor Econômico.

Para ilustrar essa oferta, o jornal usou o trecho de uma fala do presidente da Companhia de Recursos Minerais (CPRM), empresa pública ligada ao Ministério de Minas Energia, Eduardo Ledsham, na qual ele ressalta o potencial do Brasil no setor citando a situação da Cabeça do Cachorro, hoje mantida intocada por ser protegida por ser uma zona de fronteira.

“É um ambiente polimetálico com nióbio, cobre, tântalo, ouro. Mas hoje tem a restrição na mineração em zona de fronteira.”

O jornal também ouviu o ministério, que respondeu, segundo o Valor, da seguinte forma:

“A assessoria do ministro informou que a atual gestão é favorável à abertura do território fronteiriço para a mineração. O argumento central é que impedimentos como esse atrapalham a atração de investimentos num momento em que o país precisa de injeção de novos recursos”.

Leia a reportagem do valor.

Polêmica à vista

A possibilidade do governo quebrar as restrições legais existentes hoje para permitir a exploração mineral nessa região deverá vir acompanhada de polêmica, já que a Cabeça do Cachorro também possui outra riqueza não tratada na matéria.

Lá vive a maior diversidade étnica do mundo. Tanto que é o único lugar no Brasil que possui três idiomas oficiais, além do Português: nheengatu, tucano e baníua.

Tudo isso faz com que organizações mundiais estejam atentas a esse lugar.

 

Foto: Reprodução/Pedro da Veiga