Cada deputado novato pode ganhar R$ 13 milhões do governo e CĂ¢mara
Com o agrado, o governo pretende assegurar votos para propostas de seu interesse no Congresso

Publicado em: 10/02/2023 Ă s 22:14 | Atualizado em: 10/02/2023 Ă s 22:39
O governo Lula da Silva (PT) e o presidente da CĂ¢mara, Arthur Lira (Progressistas-AL), se articularam para entregar a 219 deputados novatos o direito de definir onde devem ser aplicados cerca de R$ 3 bilhões do orçamento federal. As informações sĂ£o do UOL.
Portanto, cada parlamentar terĂ¡ direito a uma bolada na casa dos R$ 13 milhões. Com o agrado, o governo pretende assegurar votos para propostas de seu interesse no Congresso.
Por lei, os deputados que estĂ£o chegando agora nĂ£o teriam direito de direcionar recursos do orçamento de 2023 para suas bases eleitorais.
Isso porque o orçamento foi elaborado no ano passado, quando nĂ£o haviam ainda assumido o mandato.
“Se o governo estivesse forte, poderia nĂ£o dar para os novos. Mas tem uma reforma tributĂ¡ria, nĂ£o dĂ¡ para pagar para ver. Se nĂ£o for esse valor, uma parcela significativa vai ter”, disse o deputado Jilmar Tatto (PT-SP).
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Orçamento secreto
Com o fim do orçamento secreto, esquema revelado pelo EstadĂ£o pelo qual o governo Jair Bolsonaro (PL) cooptava parlamentares em sua gestĂ£o, Lira segue buscando outros caminhos para utilizar o dinheiro pĂºblico para fazer toma lĂ¡, dĂ¡ cĂ¡.
Os deputados nem bem chegaram e jĂ¡ poderĂ£o decidir onde o governo federal deverĂ¡ investir dinheiro pĂºblico, como, por exemplo, para executar obras, contratar serviços ou comprar bens como caminhões de lixo, tratores e ambulĂ¢ncias.
O governo estima ter uma base de 260 deputados. É um nĂºmero insuficiente para alterar a ConstituiĂ§Ă£o, que exige 308 votos.
Medidas como a reforma tributĂ¡ria, por exemplo, exigem votaĂ§Ă£o qualificada.
Os mecanismos para efetivar o pagamento ainda nĂ£o estĂ£o claros. Uma das formas cogitadas seriam recorrer a uma prĂ¡tica do passado, em que os novatos herdavam a paternidade, ou seja, a indicaĂ§Ă£o polĂtica, do saldo a pagar das emendas dos colegas nĂ£o reeleitos.
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Foto: Pablo Valadares/AgĂªncia CĂ¢mara