Com cĂ¢mera na farda, policiais de S. Paulo matam 50% menos
PolĂcias do Brasil mataram 17 pessoas por dia ao longo de 2022

Publicado em: 20/07/2023 Ă s 19:11 | Atualizado em: 20/07/2023 Ă s 19:12
As polĂcias do Brasil mataram um total de 6.430 pessoas durante o serviço ou em horĂ¡rio de folga em 2022.
O nĂºmero representa 17 vĂtimas de policiais por dia. Os dados sĂ£o do AnuĂ¡rio do FĂ³rum Brasileiro de Segurança PĂºblica, divulgado nesta quinta-feira (20) e que tem como base as estatĂsticas oficiais registradas pelas secretarias de segurança pĂºblica dos 26 estados e do Distrito Federal.
Com base no levantamento, policiais civis e militares foram responsĂ¡veis por 6.430 mortes decorrentes de intervenĂ§Ă£o policial — nome tĂ©cnico para quando se envolvem em ações com mortes.
A estatĂstica indica tendĂªncia de estabilidade ao ser comparada com os registros feitos em 2021, quando agentes de segurança pĂºblica mataram 6.524 pessoas – reduĂ§Ă£o de 1,4% em 12 meses.
Entre os estados, SĂ£o Paulo apresentou a maior queda em nĂºmeros absolutos: de 570 para 419, em 2022. JĂ¡ a Bahia, a maior alta bruta, ao passar de 1.335 vĂtimas da polĂcia em 2021 para 1.464 no ano passado.
Juntos, Bahia e Rio de Janeiro (com 1.330 mortes) representam 43% de todas as mortes provocadas pelas polĂcias no Brasil.
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Para Samira Bueno, diretora-executiva do FĂ³rum Brasileiro da Segurança PĂºblica, o total de mortes cometidas por policiais apresenta estabilidade por conta do estado de SĂ£o Paulo, dentre outros fatores.
De 2020 a 2022, os policiais paulistas reduziram a letalidade pela metade: de 814 mortes registradas no primeiro ano da pandemia para 419 em 2022.
“Eu diria que essa estabilidade em grande medida decorre dessa reduĂ§Ă£o nos Ăºltimos dois anos em SĂ£o Paulo, que tem como um dos motores as cĂ¢meras corporais”, afirma a especialista.
O governo paulista colocou um programa que previa que policiais militares em serviço passassem a usar cĂ¢meras, no nome tĂ©cnico COPs (CĂ¢meras Operacionais PortĂ¡teis). Introduzido em agosto de 2020, o projeto zerou as mortes em alguns batalhões da PM, e o estado teve a menor letalidade no ano passado.
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Foto: DivulgaĂ§Ă£o/SSP