As polícias do Brasil mataram um total de 6.430 pessoas durante o serviço ou em horário de folga em 2022.
O número representa 17 vítimas de policiais por dia. Os dados são do Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira (20) e que tem como base as estatísticas oficiais registradas pelas secretarias de segurança pública dos 26 estados e do Distrito Federal.
Com base no levantamento, policiais civis e militares foram responsáveis por 6.430 mortes decorrentes de intervenção policial — nome técnico para quando se envolvem em ações com mortes.
A estatística indica tendência de estabilidade ao ser comparada com os registros feitos em 2021, quando agentes de segurança pública mataram 6.524 pessoas – redução de 1,4% em 12 meses.
Entre os estados, São Paulo apresentou a maior queda em números absolutos: de 570 para 419, em 2022. Já a Bahia, a maior alta bruta, ao passar de 1.335 vítimas da polícia em 2021 para 1.464 no ano passado.
Juntos, Bahia e Rio de Janeiro (com 1.330 mortes) representam 43% de todas as mortes provocadas pelas polícias no Brasil.
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Polícia de SP reduz letalidade
Para Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum Brasileiro da Segurança Pública, o total de mortes cometidas por policiais apresenta estabilidade por conta do estado de São Paulo, dentre outros fatores.
De 2020 a 2022, os policiais paulistas reduziram a letalidade pela metade: de 814 mortes registradas no primeiro ano da pandemia para 419 em 2022.
“Eu diria que essa estabilidade em grande medida decorre dessa redução nos últimos dois anos em São Paulo, que tem como um dos motores as câmeras corporais”, afirma a especialista.
O governo paulista colocou um programa que previa que policiais militares em serviço passassem a usar câmeras, no nome técnico COPs (Câmeras Operacionais Portáteis). Introduzido em agosto de 2020, o projeto zerou as mortes em alguns batalhões da PM, e o estado teve a menor letalidade no ano passado .
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Foto: Divulgação/SSP