Chefe das verbas da publicidade diz não estar a negócios na Secom 

“É realmente absurdo esse tipo de matéria." Eu estou aqui para transformar a comunicação da Presidência da República com a maior ética possível", disse.

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Aguinaldo Rodrigues

Publicado em: 15/01/2020 às 20:40 | Atualizado em: 15/01/2020 às 20:40

O chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República), Fabio Wajngarten, afirmou, nesta quarta-feira (15), que não está à frente do órgão “para fazer negócios”, conforme publica a Folha. 

A declaração de Wajngarten (foto) ocorre depois de reportagem da Folha revelar que ele é sócio de uma empresa que recebe dinheiro de emissoras de TV e de agências de publicidade contratadas pela secretaria. 

Em um pronunciamento realizado no Palácio do Planalto, Wajngarten se defendeu e afirmou que permanece no governo. 

A secretaria comandada por Wajngarten é a responsável pela distribuição da verba de propaganda do Planalto e também por ditar as regras para as contas dos demais órgãos federais.  

No ano passado, gastou R$ 197 milhões em campanhas. 

Wajngarten assumiu o comando da pasta em abril de 2019. 

“É realmente absurdo esse tipo de matéria. Eu não estou [aqui] para fazer negócios. Eu estou aqui para transformar a comunicação da Presidência da República com a maior ética possível. Com a maior transparência possível e com a maior modernidade possível”, declarou.  

“Eu vou continuar com o apoio do ministro [Luiz Eduardo] Ramos (secretaria de Governo) e do presidente [Jair Bolsonaro], enquanto eles me quiseram aqui. Eu vou continuar enfrentando grupos monopolistas e poderosos”. 

Conforme revelou a Folha, desde então ele se mantém como principal sócio da FW Comunicação e Marketing, que oferece ao mercado um serviço conhecido como Controle da Concorrência.  

Tem 95% das cotas da empresa e sua mãe, Clara Wajngarten, outros 5%, segundo dados da Receita e da Junta Comercial de São Paulo. 

A FW fornece estudos de mídia para TVs e agências, incluindo mapas de anunciantes do mercado. 

Também faz o chamado checking, ou seja, confere se peças publicitárias contratadas foram veiculadas.  

A Folha confirmou que a FW tem contratos com ao menos cinco empresas que recebem do governo, entre elas a Band e a Record, cujas participações na verba publicitária da Secom vêm crescendo. 

O auxiliar do presidente Bolsonaro não respondeu a perguntas após suas declarações.  

Antes do pronunciamento, ele teve uma reunião com o presidente em que foi discutida sua situação no governo. 

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Foto: Anderson Riedel/PR