O chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República), Fabio Wajngarten , afirmou, nesta quarta-feira (15), que não está à frente do órgão “para fazer negócios”, conforme publica a Folha.
A declaração de Wajngarten (foto ) ocorre depois de reportagem da Folha revelar que ele é sócio de uma empresa que recebe dinheiro de emissoras de TV e de agências de publicidade contratadas pela secretaria.
Em um pronunciamento realizado no Palácio do Planalto, Wajngarten se defendeu e afirmou que permanece no governo.
A secretaria comandada por Wajngarten é a responsável pela distribuição da verba de propaganda do Planalto e também por ditar as regras para as contas dos demais órgãos federais.
No ano passado, gastou R$ 197 milhões em campanhas.
Wajngarten assumiu o comando da pasta em abril de 2019.
“É realmente absurdo esse tipo de matéria. Eu não estou [aqui] para fazer negócios. Eu estou aqui para transformar a comunicação da Presidência da República com a maior ética possível. Com a maior transparência possível e com a maior modernidade possível”, declarou.
“Eu vou continuar com o apoio do ministro [Luiz Eduardo] Ramos (secretaria de Governo) e do presidente [Jair Bolsonaro], enquanto eles me quiseram aqui. Eu vou continuar enfrentando grupos monopolistas e poderosos”.
Conforme revelou a Folha, desde então ele se mantém como principal sócio da FW Comunicação e Marketing, que oferece ao mercado um serviço conhecido como Controle da Concorrência.
Tem 95% das cotas da empresa e sua mãe, Clara Wajngarten, outros 5%, segundo dados da Receita e da Junta Comercial de São Paulo.
A FW fornece estudos de mídia para TVs e agências, incluindo mapas de anunciantes do mercado.
Também faz o chamado checking , ou seja, confere se peças publicitárias contratadas foram veiculadas.
A Folha confirmou que a FW tem contratos com ao menos cinco empresas que recebem do governo, entre elas a Band e a Record, cujas participações na verba publicitária da Secom vêm crescendo.
O auxiliar do presidente Bolsonaro não respondeu a perguntas após suas declarações.
Antes do pronunciamento, ele teve uma reunião com o presidente em que foi discutida sua situação no governo.
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Foto: Anderson Riedel/PR