Joias de Michelle: chefe da Receita citou Bolsonaro na pressão a auditor
Tentativa foi feita a três dias do fim do governo Bolsonaro, e não surtiu efeito
Ferreira Gabriel
Publicado em: 09/03/2023 às 16:39 | Atualizado em: 09/03/2023 às 16:42
O chefe da Receita Federal no governo Bolsonaro, Julio Cesar Vieira Gomes, usou o nome do então presidente para pressionar um auditor fiscal, ao tentar liberação das joias recebidas do governo da Arábia Saudita, avaliadas em mais de R$ 16,5 milhões.
“Resolve se o coronel Cid tiver uma delegação do PR [presidente da República] para o tema?”, escreveu Gomes em mensagem enviada por WhatsApp a um auditor da Receita Federal no aeroporto de Guarulhos. “PR” é como auxiliares se referiam a Bolsonaro.
A tentativa de “carteirada” usando o nome de Bolsonaro não surtiu efeito: o auditor explicou que era necessário seguir uma série de requisitos formais, e que não seria possível liberar as joias.
O pedido foi feito a três dias do fim do governo, apurou o blog com fontes da investigação. Com Bolsonaro prestes a deixar o cargo, Julio Cesar tinha pedido prioridade na liberação das joias.
A Receita reteve as joias em 26 de outubro de 2021, quando uma comitiva do governo desembarcou em Guarulhos. Os itens preciosos estavam na bagagem de um assessor do então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.
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Foto: Reprodução/Twitter