A cheia dos rios e aglomeração de pessoas em uma mesma casa podem ser estopim da terceira onda da covid-19 no Amazonas, onde mais de 40 dos 62 municípios já sofrem com a enchente.
Nesse sentido, para Marcus Guerra, diretor-presidente da Fundação de Medicina Tropical do Amazonas, é necessário manter os cuidados. Conforme falou ao Yahoo notícias.
“Com as enchentes que estão ocorrendo, há cada vez mais gente deixando suas casas e se aglomerando em casas de parentes, moradias que sabemos serem já pequenas”, comenta o infectologista.
Além disso, segundo Marcus Guerra, nove em cada dez pessoas não tem anticorpos, seja por vacina, seja por resistir à doença. Ele aponta ainda outro fator a volta às aulas.
“Com o retorno às aulas ainda no período de chuvas, o risco de transmissão do vírus entre essa população não pode ser desprezado”, diz.
Por isso, o especialista defende o retorno às aulas presenciais somente após o fim do período chuvoso.
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Mais agressiva
Outros especialistas também apontam para o risco de uma terceira onda ainda mais agressiva e fatal no horizonte não apenas de Manaus, mas de regiões espalhadas por todo o país.
Segundo o coordenador do Programa Infogripe, da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), Marcelo Gomes, a realidade é muito preocupante.
“Estamos hoje, no melhor momento de controle da pandemia em 2021, com indicadores piores que aqueles dos momentos mais críticos de 2020”, alerta.
Marcelo Gomes relata que os pesquisadores vem monitorando os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em todo o país.
Ao mesmo tempo, os pesquisadores vêm alertando para as medidas de flexibilização do isolamento social em diferentes regiões e evitar a terceira onda.
“Estamos normalizando situações de calamidade porque a força do último pico fez a população perder a referência”, comenta Gomes.
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Nova alta
Além disso, o especialista diz que “tivemos queda no número de casos por um tempo muito curto, atingindo uma estabilidade com internações e óbitos muito altos. Qualquer nova alta já não haverá tempo hábil de resposta, porque estamos decolando já de um nível muito grave”.
Segundo os dados do Info Gripe, a maioria das macrorregiões de saúde do país já tem sinais de retomada dos casos ou, nos melhores casos, interrupção das quedas.
Os Estados que mais preocupam são Amazonas, Maranhão, Rio Grande do Sul, Paraíba, Paraná e Tocantins. Suas capitais também têm sinal vermelho dos pesquisadores, além de outras oito que já interromperam a queda.
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Foto: Clóvis Miranda/DPE-AM