O candidato derrotado à Presidência da República em 2018 Ciro Gomes (PDT), disse nesta quarta-feira (15), que Jair Bolsonaro ganhou a eleição por causa da facada que recebeu durante a campanha eleitoral. E disse também que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é um “enganador profissional”, um “defunto eleitoral”.
A respeito de Bolsonaro, Ciro disse: “Ninguém botava fé. Ele foi adiante por conta da facada, que deu a ele uma razão para não ir aos debates”, disse o ex-governador e ex-deputado em reportagem publicada no Estadão e no Uol (na foto, Marcelo Tas e Ciro Gomes ).
Ciro criticou também Lula e o PT em sua participação na reestreia, ontem, do programa Provocações, da TV Cultura, agora apresentado por Marcelo.
Ciro diz ter ficado “deprimido” ao assistir a entrevista que Lula concedeu da prisão aos jornais El País e Folha de S.Paulo pela falta de autocrítica.
“Eu conheço o Lula. Ele é um encantador de serpentes, um enganador profissional. Não tem um companheiro com quem ele não tenha sido desleal ao longo da vida inteira, ele cultiva isso”, disse.
O ex-governador do Ceará voltou a falar que, se Lula se considera um preso político, deveria ter pedido asilo em alguma embaixada.
“A petezada amalucada não percebe a incongruência. Se eu sou acusado falsamente e ameaçado de prisão arbitrária e política, eu iria a uma embaixada pedir asilo e denunciar. Se Lula se acha um preso político, é a única saída. Sugeri isso”.
Relação difícil com PT
O ex-ministro disse que o PT tem dificuldades para lidar com o fato de Lula ter se tornado um “defunto eleitoral” por conta das condenações.
O ex-presidente está preso em Curitiba e foi condenado em três instâncias pelo caso do triplex na Operação Lava Jato.
“No PT todo mundo sabe que do ponto de vista eleitoral o Lula é carta fora do baralho. Como manejar este defunto eleitoral é muito delicado para todos eles. Ele fez uma lei que determina que num País com quatro graus de jurisdição, no 2º grau de condenação, você perde os direitos políticos. Ele está inelegível até fazer 90 anos.
Ciro continuo a falar de Bolsonaro. Disse que o presidente venceu a eleição aproveitando-se da onda antipetista e, com a facada, teve uma razão factível para não ir aos debates na TV, algo que o favoreceu, na avaliação do ex-ministro.
“Significava que o mais tosco, simples e fácil de ser entendido como intérprete do antipetismo decolava. Era o Bolsonaro. Nenhum de nós, políticos, achava que ele se aguentava porque era muito vazio. Ninguém botava fé. Ele foi adiante por conta da facada, que deu a ele uma razão para não ir aos debates”.
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Foto: Divulgação/TV Cultura