Concurso unificado: MPF aponta irregularidades nas provas no Amazonas

O CNU, realizado em agosto, estรก sob investigaรงรฃo apรณs denรบncias de 11 irregularidades no Amazonas. Entre elas, suspeita de vazamento de provas e problemas na fiscalizaรงรฃo.

Diamantino Junior

Publicado em: 14/09/2024 ร s 08:01 | Atualizado em: 14/09/2024 ร s 08:01

O Concurso Nacional Unificado (CNU), realizado em 18 de agosto de 2024, estรก no centro de polรชmicas apรณs a divulgaรงรฃo de um documento assinado pela procuradora Renata Santos de Souza, que aponta 11 possรญveis irregularidades durante a aplicaรงรฃo das provas no estado do Amazonas. Entre as principais acusaรงรตes, estรฃo falhas graves que colocam em dรบvida a transparรชncia e a impessoalidade do certame.

De acordo com o documento, uma das principais queixas dos candidatos รฉ a possibilidade de identificaรงรฃo do nome e CPF nas folhas de gabarito e nas respostas definitivas da prova discursiva.

Isso comprometeria o princรญpio da impessoalidade, fundamental em concursos pรบblicos.

Outro ponto levantado foi a falta de fiscalizaรงรฃo adequada.

Relatos indicam que os candidatos puderam se ausentar das salas sem acompanhamento, o que abriria brechas para fraudes.

Em algumas escolas, como a Escola Santo Agostinho, em Lรกbrea/AM, havia apenas um fiscal para mais de 300 candidatos.

Alรฉm disso, a diagramaรงรฃo das provas tambรฉm foi alvo de crรญticas. O campo para preenchimento do gabarito estava mal posicionado, o que levou muitos candidatos a erro.

A frase a ser transcrita era tรฃo curta que parecia um tรญtulo, o que causou confusรฃo entre os participantes. Outro problema relatado ocorreu na Escola Estadual Professor Josรฉ Bernardino Lindoso, em Manaus, onde um dos pacotes de prova chegou com o lacre rompido. Apesar disso, a prova foi aplicada normalmente, conforme consta em ata.

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Hรก ainda denรบncias de que a prova discursiva foi vazada. Segundo relatos, fiscais entregaram as provas sem o lacre, o que permitiu que alguns candidatos tirassem fotos e compartilhassem em grupos de WhatsApp.

Diante das denรบncias, a procuradora Renata Santos determinou que o caso seja encaminhado ร  COJUD para avaliaรงรฃo e providรชncias, conforme a Resoluรงรฃo 01/2020 da Procuradoria da Repรบblica no Amazonas.

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Foto: Tรขnia Rรชgo/Agรชncia Brasil