Conselho federal nĂ£o aprova formatura de mĂ©dicos “Ă s pressas”
A maioria dos que se formaram recentemente receberia o diploma apenas este mĂªs, mas o MinistĂ©rio da EducaĂ§Ă£o autorizou o encerramento do curso mais cedo

Publicado em: 04/07/2020 Ă s 21:05 | Atualizado em: 04/07/2020 Ă s 21:26
Por causa da pandemia do coronavĂrus (covid-19), a formatura de mĂ©dicos cresceu no Brasil. Contudo, a principal entidade nacional da categoria nĂ£o aprova a aceleraĂ§Ă£o do formaĂ§Ă£o do profissional.
Um levantamento feito pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), em parceria com a Universidade de SĂ£o Paulo (USP), aponta que o paĂs passou a ter 9.653 novos profissionais nos cinco primeiros meses deste ano.
Com esse nĂºmero, o Brasil formou – sĂ³ nesse perĂodo – quase 70% da mĂ©dia anual da Ăºltima dĂ©cada.
A maioria dos que se formaram recentemente receberia o diploma apenas este mĂªs, mas o MinistĂ©rio da EducaĂ§Ă£o autorizou o encerramento do curso mais cedo.
Foi dispensada, por exemplo, a residĂªncia ao aluno que tivesse completado 75% da carga horĂ¡ria prevista.
O CFM vĂª essa antecipaĂ§Ă£o com ressalvas.
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Qualidade questionada
Em entrevista Ă rĂ¡dio Bandeirantes, o vice-presidente da entidade, Alexandre de Menezes Rodrigues, afirmou que isso interfere diretamente no desempenho dos novos profissionais. Para ele, a elevaĂ§Ă£o se relaciona com a oferta de cursos de medicina.
Nos Ăºltimos seis anos, 100 novas escolas mĂ©dicas foram registradas no paĂs. Rodrigues questiona a qualidade das novas faculdades.
Ainda de acordo com o Conselho Federal de Medicina, esse aumento tambĂ©m Ă© negativo porque a distribuiĂ§Ă£o dos profissionais pelo paĂs nĂ£o atende Ă s necessidades dos estados que tĂªm o sistema de saĂºde mais fragilizado.
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Foto: Reuters/Andrew Kelly/AgĂªncia Brasil