ConspiraĂ§Ă£o de Cabral usa polĂcia contra o juiz Marcelo Bretas

Publicado em: 08/11/2017 Ă s 18:56 | Atualizado em: 08/11/2017 Ă s 18:57
Chefia de PolĂcia Civil determinou Ă Corregedoria Interna da instituiĂ§Ă£o (Coinpol) que instaure imediatamente um procedimento administrativo para apurar o envolvimento de policiais na montagem de supostos dossiĂªs contra o juiz federal Marcelo Bretas.
A investigaĂ§Ă£o visa identificar agentes que tenham consultado informações constantes no Sistema de InteligĂªncia da PolĂcia Civil, visando abastecer o suposto dossiĂª sobre a vida de Bretas, que Ă© o juiz responsĂ¡vel pelos processos da operaĂ§Ă£o Lava Jato no Rio.
A PolĂcia Civil informou que estĂ¡ totalmente Ă disposiĂ§Ă£o da PolĂcia Federal e do MinistĂ©rio PĂºblico Federal para colaborar com as investigações referentes a este caso.
Segundo investigaĂ§Ă£o sigilosa da PolĂcia Federal, o ex-governador SĂ©rgio Cabral estaria financiando a montagem dos dossiĂªs (na foto, Gilmar Mendes, Marcelo Bretas e SĂ©rgio Cabral)
A PolĂcia Federal jĂ¡ sabe que houve acessos suspeitos ao sistema de informações da PolĂcia Civil, e todos teriam ocorrido depois da prisĂ£o de Cabral, em novembro do ano passado.
As consultas foram feitas em trĂªs delegacias: 22ª DP (Penha), 35ª DP (Campo Grande) e 105ª DP (PetrĂ³polis).
No dia 26 de setembro – seis dias depois de o ex-governador receber a sentença no processo derivado da OperaĂ§Ă£o Calicute – houve oito acessos para pesquisar registros de ocorrĂªncia sobre Marcelo Bretas e a mulher dele, que tambĂ©m Ă© juĂza.
ReaĂ§Ă£o do magistrado
Nesta quarta-feira (8), antes de audiĂªncia na 7ª Vara Criminal Federal, Marcelo Bretas disse a jornalistas que nĂ£o comentaria a investigaĂ§Ă£o da PolĂcia Federal.
“Se Ă© que existe alguma investigaĂ§Ă£o, eu nĂ£o estou cuidando e nem vou cuidar disso. Melhor nĂ£o falar”, disse o magistrado.
Aos procuradores do MinistĂ©rio PĂºblico Federal, Bretas acrescentou: “Nunca achei que isso [ter a vida investigada] nĂ£o aconteceria, desde o inĂcio” e repetiu uma frase dita no primeiro interrogatĂ³rio do dia: “Quem sabe nĂ£o tem um documento (de ameaça) com firma reconhecida no cartĂ³rio”, complementou.
A Ăºltima frase do juiz foi interpretada como possĂvel referĂªncia ao ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, que negou a transferĂªncia de Cabral a um presĂdio federal.
A transferĂªncia havia sido determinada pelo prĂ³prio Bretas, que em audiĂªncia realizada no Ăºltimo dia 23 disse ter se sentido ameaçado pelo ex-governador, apĂ³s este afirmar que o juiz sabia que joias nĂ£o poderiam ser usadas para lavar dinheiro.
“NĂ£o se lava dinheiro comprando joias. Vossa ExcelĂªncia (Bretas) tem um relativo conhecimento sobre o assunto porque sua famĂlia mexe com bijuterias. Se nĂ£o me engano, Ă© uma empresa de bijuterias” , disse Cabral.
Fonte: G1
Foto: ReproduĂ§Ă£o/Blog do Esmael