Consulta ao impeachment de Dilma sai derrotada na Corte da OEA

Publicado em: 04/07/2018 às 19:02 | Atualizado em: 04/07/2018 às 19:02
A consulta ao impeachment da então presidente Dilma Rousseff foi derrotada na Corte Interamericana de Direitos Humanos, que decidiu não dar continuidade à “solicitação de opinião consultiva”.
A decisão é uma resposta ao questionamento da Comissão de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA).
Por 4 votos favoráveis e 1 contrário, a decisão foi tomada em 29 de maio e publicada em 1º de junho, e divulgada nesta quarta-feira pela Agência Brasil.
A orientação é para informar as partes envolvidas na ação da consulta: a Comissão de Direitos Humanos da OEA, os países que integram a organização e representantes da Secretaria-Geral, do Conselho Permanente e do Comitê Jurídico Interamericano, além das entidades e pessoas que apresentaram observações à solicitação.
A corte reuniu juízes independentes de várias nacionalidades: o presidente Eduardo Ferrer Mac-Gregor Poisot e o vice-presidente Eduardo Vio Grossi, além dos magistrados Humberto Antonio Sierra Porto, Elizabeth Odio Benito, Eugenio Raúl Zaffaroni e L. Patricio Pazmiño Freire.
Argumentos
A consulta questiona como a corte analisa a preservação dos direitos a favor de um presidente democraticamente eleito, submetido a um juízo político, e a separação de Poderes.
Como o tema é amplo e geral, os juízes decidiram com base em jurisprudências anteriores.
Foram citadas as situações dos ex-presidentes Manuel Zelaya (Honduras), em 2009, e Fernando Lugo (Paraguai), em 2012, ambos submetidos a processos de afastamento do poder, e não especificamente de Dilma Rousseff.
No documento, a decisão menciona que não é adequada a manifestação porque o assunto “ainda não foi resolvido em nível interno”.
De acordo com a corte, as petições de opinião consultiva não devem ser utilizadas como “instrumento para debate político interno”.
Foto: Leonardo Contursi/CMPA