Contêineres refrigerados voltam aos hospitais de Manaus

A capital amazonense atravessa momento de nova explosão de contágios pelo coronavírus

Câmera Frigorífica Delphina

Publicado em: 01/01/2021 às 14:11 | Atualizado em: 01/01/2021 às 15:22

O Governo do Amazonas reinstalou contêineres refrigerados para armazenar corpos de vítimas da covid-19 em hospitais de Manaus. A medida havia sido adotada antes, em abril, quando a pandemia levou ao colapso do sistema de saúde na cidade.

A capital amazonense atravessa momento de nova explosão de contágios pelo coronavírus.

A Secretaria de Estado de Saúde instalou duas dessas câmaras frias no Hospital João Lúcio e no HPS 28 de Agosto nessa quinta-feira (31). Também está prevista a instalação de mais um equipamento temporário no HPS Platão Araújo.

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A medida integra a 4ª fase do Plano de Contingência para o Recrudescimento da covid-19, antecipada nesta semana por causa da alta no número de casos de covid-19.

De acordo com o governo local, já passa de 201 mil o número total de infectados, com 5.285 mortes desde o início da pandemia.

Foram 27 óbitos confirmados nessa quinta-feira (31. O número de mortes é três vezes o registrado há um mês (9) e o de novos diagnósticos, quase sete vezes o verificado em 30 de novembro (1.443 contra 209).

A alta no número de infectados já traz preocupações quanto à disponibilidade de leitos para internar os doentes.

O governo fez esforços nesta semana para disponibilizar mais vagas, mas a taxa de ocupação em leitos de UTI (unidade de terapia intensiva) exclusivos para pacientes com covid-19 já atinge 84,78%, segundo informou a FVS (Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas) na 5ª feira (31.dez).

O cenário é pior na rede privada, onde 93,08% das vagas em UTI e 91,61% dos leitos clínicos estão ocupados.

O recrudescimento da pandemia em Manaus também impacta o número de sepultamentos nos cemitérios da cidade.

Dezembro teve 1.081 enterros na cidade, 3º maior número registrado no ano. Somente abril (2.433) e maio (1.899), ápice da pandemia no Estado, tiveram mais sepultamentos.

De acordo com o serviço funerário da prefeitura, os números de dezembro são 21,8% superiores aos do mesmo mês de 2019.

Sempre soube que a pandemia não havia acabado. Agora isso está claro com o crescimento do número de pessoas que morrem por covid-19, sem contar os casos que são informados como causas que são potencializadas pela covid-19 e também por suspeita de covid e causas desconhecidas ou indeterminadas, que são usados para mascarar os dados da pandemia“, declarou o prefeito Arthur Virgílio Neto (PSDB).

O tucano entrega o cargo nesta sexta-feira (1º/01) a David Almeida (Avante). O novo prefeito perdeu a mãe em 28 de novembro.

Dona Rosa, de 84 anos, morreu depois de uma semana internada com covid-19.

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Foto: BNC AMAZONAS