A covid (coronavírus ) deixou de ser a principal causa de mortalidade no Brasil há dois meses. É o que indica uma comparação dos registros da pandemia de novembro com a média de mortes por todos os outros fatores no mês durante os últimos 5 anos. A reportagem é do Poder360.
Comparada com a média, a pandemia ocupa agora a 8ª colocação entre os principais causadores de mortalidade no Brasil.
Doenças isquêmicas do coração (como o infarto), cerebrovasculares (como o AVC) e outras doenças circulatórias foram as principais causas de morte em novembro nos últimos 5 anos.
Foram em média mais de 7.800 óbitos registrados no mês em cada uma dessas categorias.
O Brasil registrou 4.090 mortes por covid em novembro de 2021.
Os dados da data real das mortes pela doença são atualizados semanalmente, mas é improvável que alguma nova atualização faça a covid voltar ao patamar de maior causa de mortalidade.
Para isso, precisaria mais do que dobrar o número de mortes identificadas no mês de novembro.
Comparação
Os dados de mortes por data real estão no último boletim epidemiológico (íntegra – 9MB ). O levantamento das causas de morte foi obtido de 2016 a 2020 do SIM (Sistema de Informações sobre Mortalidade) porque ainda não há dados computados de mortalidade para todas as doenças nos últimos meses de 2021.
Arte: Poder360/reprodução
Ranking
Os dados preliminares de 2021 indicam que, nos 4 primeiros meses do ano, uma de cada 3 mortes foram causadas pela covid.
A pandemia deixou de ser a principal causa de mortalidade (na comparação com a média de mortes por outras doenças) em outubro.
Foram registrados 7.272 óbitos por covid no Brasil no período.
A média para o mês de mortes por isquemia do coração é de 9.380; a de doenças cerebrovasculares, de 8.470.
Com isso, a covid ficou na 4ª posição entre as maiores causas de morte em outubro. Em novembro, a doença passou a ser a 8ª nesse ranking.
Como a diferença para outras doenças, como homicídio ou diabetes não é grande, é possível que novos registros de mortes que ocorreram em novembro (mas ainda não foram feitos) alterem essa posição.
É improvável, porém, que a covid volte a ser a 1ª causa de mortalidade.
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Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
