Criticado no mundo, Bolsonaro não diz verdade sobre esforço de buscas no AM
Mais cedo, nesta sexta-feira (10) a ONU criticou ação “extremamente lenta” do governo brasileiro e cobrou que os esforços sejam redobrados
Mariane Veiga
Publicado em: 10/06/2022 às 15:09 | Atualizado em: 10/06/2022 às 15:17
O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, nesta sexta-feira (10), que as Forças Armadas e a Polícia Federal têm se empenhado na “busca incansável” do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista brasileiro Bruno Araújo, que desapareceram no último domingo (5), no Amazonas.
Os dois sumiram no trajeto entre a comunidade Ribeirinha São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte. Na última terça-feira (7), o chefe do Executivo federal afirmou que os fizeram uma “aventura não recomendável”.
A Polícia Federal e a Marinha do Brasil apuram o desaparecimento. Já o Ministério Público Federal (MPF) acionou a Força Nacional e a Polícia Civil do estado para participarem de buscas.
“Desde o primeiro momento, naquele mesmo domingo, as nossas Forças Armadas e Polícia Federal têm se destacado na busca incansável na localização dessas pessoas. Pedimos a Deus que sejam encontradas com vida”, declarou durante discurso na segunda sessão plenária da Cúpula das Américas.
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A fala do presidente ocorre no mesmo dia em que a Organização das Nações Unidas (ONU) criticou a ação “extremamente lenta” do governo brasileiro e cobrou que as autoridades “redobrem esforços” nas operações.
“A resposta [do governo ao desaparecimento] foi extremamente lenta, infelizmente. Achamos bom que agora, após uma medida judicial, as autoridades tenham empregado mais meios para as buscas”, declarou a porta-voz do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), Ravina Shamdasani.
“O Estado tem a responsabilidade de proteger o trabalho de jornalistas e de defensores dos Direitos Humanos. Eles têm a obrigação de assegurar o direito à segurança e de iniciar uma investigação.”
A organização pontuou que os governos federais e locais devem reagir de maneira “robusta e expedita”, empregando meios disponíveis e recursos especializados para uma busca eficaz na área remota.
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Foto: Alan Santos/Presidência da República