Delator de Lula jĂ¡ estĂ¡ em casa, na despedida de Dodge da PGR

Publicado em: 18/09/2019 Ă s 11:18 | Atualizado em: 18/09/2019 Ă s 11:18
Ex-presidente da construtora OAS, LĂ©o Pinheiro vai passar a cumprir pena em casa, com uso de tornozeleira eletrĂ´nica. Ele esteve na tarde desta terça-feira, dia 17, em audiĂªncia na 12ª Vara Federal de Execuções Penais de Curitiba, de onde saiu por volta das 16h30, jĂ¡ com o equipamento.
Pinheiro deixou a cadeia no mesmo dia em que Raquel Dodge se despediu do comando da Procuradoria-Geral da RepĂºblica (PGR). Antes, ela mandou arquivar trechos da delaĂ§Ă£o do empresĂ¡rio.
O pedido de mudança do regime fechado para o domiciliar partiu da defesa do empreiteiro, que teve homologado o acordo de delaĂ§Ă£o premiada na Ăºltima sexta-feira , dia 13.
Condenado em cinco processos da operaĂ§Ă£o Lava Jato, Pinheiro foi preso pela primeira vez em novembro de 2014, na sĂ©tima fase da operaĂ§Ă£o, que mirou nos empreiteiros do esquema de corrupĂ§Ă£o da PetrobrĂ¡s.
Com um habeas corpus, ele saiu em março do ano seguinte, mas foi preso novamente em setembro de 2016.
O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), homologou a delaĂ§Ă£o de Pinheiro apĂ³s mais de dois anos de negociações.
O ex-presidente da OAS vinha tentando firmar um acordo com as autoridades desde 2015. Em 2017, mesmo sem compromisso vĂ¡lido, decidiu dar detalhes do esquema de corrupĂ§Ă£o na PetrobrĂ¡s Ă Justiça em troca de reduĂ§Ă£o de pena.
Em depoimento ao ex-juiz SĂ©rgio Moro, imputou crimes ao ex-presidente da RepĂºblica Lula da Silva (PT) e disse que reformou e reservou um apartamento trĂplex em GuarujĂ¡ (SP) como contrapartida a benefĂcios obtidos na PetrobrĂ¡s.
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Essas declarações foram fundamentais para a condenaĂ§Ă£o de Lula nesse processo, pelo qual cumpre pena por corrupĂ§Ă£o e lavagem de dinheiro desde abril de 2018 na carceragem da PolĂcia Federal em Curitiba —onde Pinheiro tambĂ©m estava preso.
O acordo com a PGR sĂ³ foi fechado em janeiro deste ano, mas o conteĂºdo completo dos termos ainda estĂ¡ sob sigilo.
Ao encaminhar a delaĂ§Ă£o para o Supremo, a procuradora-geral, Raquel Dodge, solicitou o arquivamento de quatro anexos, conforme revelou o jornal O Globo.
Esses anexos continham referĂªncias ao presidente da CĂ¢mara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ); a um irmĂ£o do presidente do STF, Dias Toffoli, o ex-prefeito de MarĂlia Ticiano Toffoli; ao ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Humberto Martins; e ao presidente do Tribunal de Contas da UniĂ£o (TCU) JosĂ© MĂºcio Monteiro.
Leia reportagem na Folha.
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Foto: ReproduĂ§Ă£o