Depois do caramujo africano, vem aí, pelo mar, o caracol indiano
Um possível hospedeiro de vermes causadores de doenças gastrointestinais e até de meningite

Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 23/11/2021 às 10:30 | Atualizado em: 23/11/2021 às 10:30
Depois do caramujo africano, vem aí, pelo mar, o caracol indiano. Até agora, pelo menos, sete estados brasileiros investigam a espécie invasora.
Segundo o Uol, o bicho, apesar de ser pequeno e parecer inofensivo, já foi associado à destruição de plantações em diversos países.
Dessa forma, é um possível hospedeiro de vermes causadores de doenças gastrointestinais e até de meningite.
Nesse sentido, pesquisadores da Unesp (Universidade Estadual Paulista) já confirmaram a presença desses animais no Paraná, onde estaria restrito desde 2019.
Inclusive, e, nas últimas semanas, o identificaram em municípios de São Paulo. Eles verificam ainda relatos em Santa Catarina, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais e Goiás.
Duas espécies
Ao menos duas espécies de nematoides consideradas causadoras de doenças podem usar esse invasor em seu ciclo.
Por exemplo, o Angiostrongylus cantonensis, que pode provocar meningite ou meningoencefalite.
Outra é o Angiostrongylus costaricensis, que provoca a angiostrongilose abdominal, infecção que provoca dor semelhante à apendicite.
Sobretudo, a transmissão dessas doenças na Índia, por meio desses caracóis, já é bem documentada.
Contudo, ainda não é possível saber se os indivíduos invasores identificados no Brasil estão infectados por esses nematoides, comuns em ratos.
Recomendação
Por precaução, os cientistas recomendam o uso de luvas ou sacolas plásticas, durante o manuseio, a qualquer pessoa que se depare com caracol indiano.
Ainda não se sabe também onde ocorrem as infestações, mas, a partir dos avistamentos e de fotos enviadas à universidade, um mapa geoclimático está sendo confeccionado.
Portanto, natural da Índia, os primeiros Macrochlamys indica podem ter chegado ao Brasil pelo mar. Provavelmente escondidos em alguma carga de plantas vivas.
“Não dá ainda para confirmar que eles chegaram em navios”, disse o ecólogo e professor doutor em Ecologia da Unesp de São Vicente Marcos Bornschein.
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Foto: Reprodução/Uol