De olho no desgaste, Bolsonaro deve agir contra alta de combustíveis
As medidas do governo devem ser anunciadas ainda em janeiro

Ferreira Gabriel
Publicado em: 20/01/2022 às 18:46 | Atualizado em: 20/01/2022 às 18:46
O governo de Jair Bolsonaro definiu como prioridade total adotar medidas para conter o encarecimento dos combustíveis no país.
Trata-se de uma estratégia diante da alta do preço do petróleo no mercado internacional, com possibilidade de o valor do barril passar dos US$ 100.
Segundo um assessor presidencial, essas medidas vão ser anunciadas ainda em janeiro.
Ao blog, um auxiliar direto de Bolsonaro disse que “a maior preocupação do momento” no governo é o preço dos combustíveis, tema que, segundo ele, virou “prioridade total” e está mobilizando a equipe presidencial para fechar medidas que serão divulgadas “ainda em janeiro”.
Em reunião nesta semana, a equipe de Bolsonaro avaliou que o preço do petróleo no mercado internacional deve superar US$ 90 em breve e pode, inclusive, passar dos US$ 100 rapidamente se houver um conflito entre Rússia e Ucrânia.
Atualmente, a Petrobras reajusta seus preços com base na variação do petróleo no mercado internacional e do dólar no Brasil.
Ou seja, a tendência é que novos ajustes no valor da gasolina, diesel e gás de cozinha devem ser anunciados pela estatal nas próximas semanas, o que vai aumentar a inflação. Neste cenário, avaliam auxiliares de Bolsonaro, o presidente vai ter sua imagem desgastada junto ao eleitorado, dificultando seus planos de reeleição.
A estratégia de responsabilizar os governadores pela alta dos combustíveis, adotada pelo presidente, não vai surtir o efeito esperado, segundo assessores presidenciais, porque no final das contas o eleitor joga a culpa no governo federal. Principalmente por causa dos efeitos na inflação, no crescimento da economia e no desemprego.
O governo vinha estudando criar um fundo de estabilização de preços dos combustíveis, que seria formado com tributos e utilizado para amortecer altas em períodos de elevada instabilidade no mercado de petróleo no mundo.
A ideia é que a Petrobras, em vez de repassar o aumento de custos para os preços, receberia dinheiro do fundo para não ter prejuízo.
Leia mais no G1
Leia mais
Último ano de Bolsonaro começa com recorde de endividados
Foto: Agência Brasil