Empresários e banqueiros afrontam Bolsonaro com apoio à democracia
Manifesto nacional também defende urnas eletrônicas

Ferreira Gabriel
Publicado em: 26/07/2022 às 11:51 | Atualizado em: 26/07/2022 às 11:51
Um grupo de empresários e banqueiros assina carta em defesa do processo eleitoral brasileiro e da democracia após seguidos ataques do presidente Jair Bolsonaro (PL). O texto tem como criadores ex-alunos da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo.
A iniciativa reúne até o momento 2,7 mil assinaturas e deve chegar às 3 mil ainda nesta terça, segundo os responsáveis.
Constam na lista nomes como Walter Schalka, presidente da Suzano; Roberto Setúbal, ex-presidente do Banco Itaú; Natália Dias, CEO da Standard Bank; Pedro Moreira Salles, presidente do conselho de administração do Itaú Unibanco; Pérsio Arida, ex-presidente do BNDES e do Banco Central; Tarcila Ursini, conselheira de administração da EB Capital, entre outros.
“Nossas eleições com o processo eletrônico de apuração têm servido de exemplo no mundo. Tivemos várias alternâncias de poder com respeito aos resultados das urnas e transição republicana de governo. As urnas eletrônicas revelaram-se seguras e confiáveis, assim como a Justiça Eleitoral”, diz trecho do documento.
No campo jurídico, ao menos seis ex-ministros do Supremo Tribunal são signatários do manifesto, dentre os quais Carlos Ayres Britto, Celso de Mello, Cesar Peluso e Ellen Graice.
Também aparecem entre as assinaturas os artistas Chico Buarque, Arnaldo Antunes, a atriz Debora Bloch, os ex-jogadores de futebol Walter Casagrande e Raí, o cineasta João Moreira Salles e o Padre Júlio Lancellotti – que atua na defesa da população de rua em São Paulo.
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Evento de leitura
O conteúdo será apresentado na sede da Faculdade de Direito da USP, no centro de São Paulo, em 11 de agosto, com Roberta Estrela D’Alva como cerimonialista. A data comemora o aniversário da criação dos cursos de direito no país.
A data coincide com a leitura de manifesto no mesmo local em 1977 para denunciar a ditadura militar, que subtraiu direitos e matou opositores do regime. Um grupo de 17 pessoas que assinaram o documento anterior constam na carta atual em favor da urna eletrônica e da democracia.
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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil