Comprador do imóvel do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL) disse que pagou com dinheiro vivo parte do valor de R$ 550 mil de um imóvel na zona sul do Rio de Janeiro. Fábio Guerra, ex-jogador de vôlei, disse que esse valor de quitação foi de R$ 100 mil. A informação foi divulgada pelo site Poder360 , citando o jornal Folha de São Paulo.
No último domingo (20), Flávio Bolsonaro disse, em entrevistas à TV Record (foto ) e à Rede TV, que as movimentações em sua conta identificadas em um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras ) foram por conta da venda de um imóvel.
Guerra diz ter feito depósitos em dinheiro ao senador eleito entre junho e julho de 2017.
O período é o mesmo apontado no relatório, no qual foram identificados 48 depósitos de R$ 2.000 em espécie, num total de R$ 96.000, na conta do filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro.
“Paguei em dinheiro porque havia recebido em dinheiro pela venda de outro apartamento. Como recebi aos poucos, fui pagando aos poucos”, disse Guerra, que afirmou não ter mais contato com o senador eleito.
Segundo o ex-jogador, os depósitos foram de R$ 2.000 porque esse é o limite no caixa eletrônico.
Imóveis de Flávio
A reportagem da Folha teve acesso ainda à escritura da venda dos imóveis de Flávio Bolsonaro, lavrada em agosto de 2017.
Segundo o documento, em 2017, Flávio Bolsonaro trocou a cobertura que tinha em Laranjeiras (na Zona Sul do Rio), que havia comprado em 2016, por dois imóveis de Fábio Guerra: um apartamento na Urca e uma sala comercial na Barra da Tijuca.
O valor da troca ainda custou mais R$ 600 mil ao ex-jogador.
A permuta foi de R$ 2,4 milhões no total –valor atribuído ao imóvel em Laranjeiras.
Segundo Guerra, os cerca de R$ 100 mil pagos em dinheiro foram parte de um total de R$ 550 mil, como sinal da transação. Ele afirmou que o restante do valor foi feito por meio de transferência bancária.
A escritura não descreve a forma de pagamento do sinal, mas informa que outros R$ 50.000 foram pagos por meio de cheques, entregues no momento da concretização do negócio.
Outra movimentação considerada atípica apontada no relatório do Coaf, foi um pagamento de um título bancário à CEF (Caixa Econômica Federal) de R$ 1 milhão.
A escritura afirma que o valor se refere ao pagamento do financiamento de um empréstimo junto ao banco, pago em junho de 2017.
Foto: Reprodução/Rede Record