Fiscal do TRE aponta arma para candidato a vereador no meio da rua
O tribunal regional ressaltou que “houve resistência e desacato de alguns cabos eleitorais, quando o material irregular começou a ser recolhido"

Publicado em: 01/11/2020 às 15:33 | Atualizado em: 01/11/2020 às 15:35
Um fiscal do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) apontou, no sábado (31), uma arma de fogo contra o candidato a vereador Pedro Gerolimich (PSB).
Pedro integra o coletivo A Liga.
Ação foi durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão.
Vídeo gravado por integrantes do mandato coletivo, que estavam no local, foi divulgado em uma rede social.
Nele mostra a ação do fiscal.
Durante o bate-boca, o agente retira à força uma caixa de som das mãos de Pedro da Liga e faz a ameaça.
“Não chega perto de mim, aqui é o terceiro sargento da Polícia Militar”, diz o fiscal do TRE-RJ, ao retirar a arma da cintura e levantá-la, chegando a apontar contra o postulante a vereador.
O agente e o parceiro dele não usavam máscaras de proteção.
“Não houve diálogo”
Ao Metrópoles, Pedro da Liga contou que os agentes chegaram “em uma ação truculenta”, cerca de 10 minutos após uma carreata a favor do prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) passar próximo ao local, que fica no bairro de Anchieta, na zona norte do Rio.
“Eles chegam e começam a apreender o nosso material, sem apresentar nenhuma identificação nem documento. Não houve diálogo. Aí, ele [o fiscal armado] disse que ia levar por bem ou por mal”, conta.
O mandato coletivo A Liga, do PSB, faz oposição ao atual prefeito da cidade e candidato à reeleição, Marcelo Crivella.
Pedro Gerolimich acusou apoiadores do chefe do Executivo municipal de ameaças.
“Estamos sendo perseguidos pelo TRE – o mesmo TRE que permitiu o Crivella se candidatar”, conta Pedro, ao destacar que, durante a ameaça, havia idosos e crianças no local. Ele disse também que vai registrar um boletim de ocorrência por causa da ação.
Outro lado
O TRE-RJ informou informou em nota que em logradouros públicos a legislação eleitoral permite:
- exclusivamente o uso de bandeiras
- colocação de mesas para distribuição de material de campanha
- que não atrapalhem a circulação de pessoas e veículos
“Por isso, estavam irregulares a instalação da barraca em plena calçada para distribuir propaganda e o boneco de grandes proporções”, informou.
O tribunal regional ressaltou também que “houve resistência e desacato de alguns cabos eleitorais, quando o material irregular começou a ser recolhido pela equipe do TRE-RJ; formada por policiais militares cedidos para atuar como fiscais eleitorais”.
Responsável pela fiscalização da propaganda eleitoral na capital, a juíza Luciana Mocco esclareceu que boa parte dos fiscais eleitorais são cedidos pela Polícia Militar do Rio de Janeiro. “Trata-se de uma medida importante para garantir a segurança das próprias equipes e também a ordem pública”, disse.
“Mesmo cedidos à Justiça Eleitoral esses policiais mantêm os deveres de ofício, agem na garantia da lei e têm porte de arma”; afirmou, ao negar que o fiscal apontou a arma contra o candidato a vereador.
Procurada, Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMRJ) não se pronunciou. O espaço segue aberto.
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Foto: reprodução