Forças Armadas reconheceram violações no regime militar

Publicado em: 30/07/2019 Ă s 16:07 | Atualizado em: 30/07/2019 Ă s 16:07
HĂ¡ cinco anos, as Forças Armadas reconheciam, pela primeira vez, a ocorrĂªncia de desaparecimentos e mortes durante a ditadura militar ou regime militar. Era 2014 e fazia 29 anos do fim do regime (1964-1985).
O reconhecimento das ocorrĂªncias se deu por meio de ofĂcio encaminhado em setembro de 2014 Ă ComissĂ£o Nacional da Verdade (CNV). As informações estĂ£o no jornal O Globo.
Nesta terça-feira, dia 30, segundo o Globo, o presidente Jair Bolsonaro contestou o trabalho da comissĂ£o na apuraĂ§Ă£o de violações de direitos humanos durante o regime, um dia depois de contrariar documentos oficiais e atribuir Ă esquerda a morte do preso polĂtico Fernando Santa Cruz, desaparecido desde 1974 (na foto, manifestaĂ§Ă£o de parentes de vĂtimas da ditadura militar na CĂ¢mara dos Deputados em dezembro de 2014).
O entĂ£o ministro da Defesa, Celso Amorim, no documento, afirma que o ordenamento jurĂdico reconheceu a responsabilidade do Estado “pela morte e desaparecimento de pessoas durante o regime militar, bem como pelos atos de exceĂ§Ă£o praticados no perĂodo de 18 de setembro de 1946 a 05 de outubro de 1988”.
De acordo com o Globo, o ordenamento jurĂdico a que Amorim se refere trata-se da criaĂ§Ă£o da ComissĂ£o de Mortos e Desaparecidos PolĂticos, que admitiu a culpa do Estado e indenizou familiares de vĂtimas do regime, e tambĂ©m da ComissĂ£o de Anistia, que julga perseguições polĂticas ocorridas naquela Ă©poca.
“Nesta perspectiva, o Estado Brasileiro, do qual este MinistĂ©rio faz parte, por meio das autoridades legalmente instituĂdas para esse fim, jĂ¡ reconheceu a existĂªncia das lamentĂ¡veis violações de direitos humanos ocorridas no passado e assumiu sua responsabilidade pelo cometimento desses atos”, diz o ofĂcio.
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Foto: AntĂ´nio Cruz/ ABr – 10/dez/2014