Um navio antigo, antes usado para carregar contêineres e adaptado para o transporte de animais vivos, naufraga e boa parte das 5 mil cabeças de gado embarcados para exportação morrem afogados às margens do rio Pará, no porto de Vila Conde, em Barcarena (PA).
Três anos antes, cerca de 2.700 animais morreram sufocados em alto-mar por uma pane elétrica no navio.
Não muito longe de Barcarena, em Abaetetuba (PA), comunidades ribeirinhas também lamentam a perda do rio Curuperé, poluído por dejetos de gado e pesticidas.
O local é usado como ponto de embarque de animais vivos para abate fora do país.
Em comum nos dois episódios está a Minerva Foods, uma das três maiores empresas exportadoras de carne e de gado vivo do Brasil.
A gigante do setor da carne acumula — junto à Agroexport e a Mercúrio Alimentos que também atuam na exportação do “gado em pé” — denúncias de sofrimento animal e vendem para outros países animais provenientes de fazendas desmatadas ou autuadas por trabalho escravo.
Uma investigação da Repórter Brasil descobriu que essas empresas compraram bois de fornecedores diretos que, por sua vez, adquiriram animais para engorda provenientes de fazendas que estão na “lista suja” do trabalho escravo e também de áreas embargadas por desmatamento ilegal.
Minerva, Agroexport e Mercúrio Alimentos assinaram, em 2009, o chamado TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) da Carne.
Isso quer dizer que elas se comprometeram formalmente a não adquirir animais de fazendas inseridas na “lista suja” do trabalho escravo, assim como de áreas de desmatamento ilegal ou criados em reservas indígenas.
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Foto: Divulgação