General alerta Bolsonaro sobre lei da caserna: ‘Ordem errada não se cumpre’
Para Paulo Chagas, a troca de local do desfile poderia ser classificada de "ordem errada"

Publicado em: 02/08/2022 às 15:56 | Atualizado em: 02/08/2022 às 15:56
A iniciativa de Jair Bolsonaro (PL) de transferir a parada de 7 de Setembro no Rio de Janeiro do Centro para a Praia de Copacabana foi duramente criticada pelo general da reserva Paulo Chagas, ex-aliado do presidente.
Segundo disse Bolsonaro, o desfile terá participação da polícia. “Com certeza, é uma tentativa de envolver as Forças Armadas e policiais no processo eleitoral, o que, na minha opinião, é totalmente fora de propósito”, disse Chagas à coluna.
“Eu não gostaria de ser testemunha deste absurdo e não acredito que os militares próximos ao presidente bem como o almirantado e os Altos Comandos apoiem esta infantilidade”.
Para o general, a reação deve ser drástica: “Eles podem dizer ao presidente que essa é uma ordem errada e que ordem errada não se cumpre”.
Leia mais
Comandante do Exército segue tom de Bolsonaro no uso das Forças Armadas
Para Chagas, a troca de local do desfile poderia ser classificada de “ordem errada” por causa da “oportunidade” e da “intenção por trás da determinação de Bolsonaro”.
“O presidente está usando as forças militares política e eleitoralmente, o que é errado! É uma forma de depreciar o prestígio das Forças Armadas”, acredita Chagas, que vai se candidatar a deputado federal pelo Podemos.
Perguntado se o objetivo não seria ainda mais grave que manipulação eleitoral, mas o de deliberadamente associar a imagem das Forças Armadas ao golpismo, o general respondeu: “É isso que chamo de ‘intenção por trás da ordem'”.
Chagas diz que as regras têm que prevalecer a todo custo. “Embora eu seja visceralmente antipetista, sou absolutamente contrário ao uso político do cargo de comandante das Forças Armadas por quem quer que seja”, afirma.
Leia mais no UOL
Foto: Marcos Corrêa/PR