O general da reserva Carlos Alberto dos Santos Cruz afirmou, nesta terça-feira (30), que as declarações e os protestos organizados por Guilherme Boulos (Psol) contra o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) não são atitudes democráticas.
Na opinião dele, as colocações de Boulos dão a ideia de um não reconhecimento da vitória eleitoral de Bolsonaro, que teve 55,1% dos votos contra 44,9% de Fernando Haddad (PT), apoiado por Boulos no segundo turno.
Boulos, que foi candidato à Presidência da República e ficou em 10º lugar, prometeu manifestações, nesta terça pelo país. Houve atos somente no Rio e na Avenida Paulista .
Santos Cruz, foi Secretário Nacional de Segurança Pública entre 2017 e 2018, durante o governo de Michel Temer (MDB), e comandou duas missões de paz das Nações Unidas, no Haiti (2007-2009) e na República Democrática do Congo (2013-2015).
Ele combateu grupos rebeldes Chimères haitianos e venceu junto ao exército congolês uma série de batalhas que levaram à desestruturação do M23 (Exército Revolucionário do Congo).
O UOL conversou com três oficiais da ativa ligados à cúpula do Exército que afirmaram que as declarações de Boulos logo após a votação desagradaram boa parte dos militares.
O general Carlos Alberto Santos Cruz reprova protestos ao presidente recém-eleito (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Eles disseram, porém, que essa é uma percepção individual, pois institucionalmente o Exército se mantém neutro quando o assunto é política partidária.
Ao ser informado pelo UOL sobre o descontentamento de militares, Boulos disse: “Bolsonaro foi eleito presidente do Brasil. Isso não tira nosso direito de fazer oposição, dentro das regras democráticas, como sempre fizemos”.
Na mensagem divulgada pelo WhatsApp no domingo, o líder do MTST diz: “O país sai dividido e fraturado dessa eleição. Bolsonaro é uma ameaça real à democracia brasileira”. “É importante que aqui se diga: vai ter resistência, entre a prisão e o exílio nós escolhemos as ruas”, disse Boulos.
Santos Cruz rebate: “Tentar começar a organizar uma manifestação quando se está comemorando uma vitória da democracia é uma desqualificação política”.
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Foto: Reprodução/Facebook