Gilmar mandou soltar Paulo Preto uma vez e quer soltá-lo de novo

Publicado em: 06/03/2019 às 18:12 | Atualizado em: 06/03/2019 às 18:12
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou soltar a primeira vez Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, no caso Dersa, e agora deverá mandar soltá-lo novamente no caso Lava Jato.
No dia 28 de fevereiro, a juíza Maria Isabel do Prado, da Justiça Federal de São Paulo, informou a mais recente condenação de Paulo Preto a 27 anos de prisão por formação de cartel de empreiteiras para a construção do Rodoanel.
O condenado foi apontado pelas investigações como operador para esquemas de corrupção do PSDB.
No caso Dersa, o imbróglio fez o ministro questionar decisão da juíza federal Gabriela Hardt, da 13ª Vara Federal em Curitiba.
De acordo com a Agência Brasil, Gabriela Hardt disse, nesta quarta-feira (6), que não desrespeitou decisão do ministro Gilmar Mendes ao determinar a prisão do ex-diretor da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A) Paulo Vieira de Souza, no dia 19 de fevereiro.
A informação consta em ofício enviado, hoje, ao STF a pedido do ministro, que é relator de um pedido de liberdade no qual a defesa de Paulo Preto alega que a juíza descumpriu decisão anterior de Mendes, que determinou a soltura do ex-diretor no ano passado.
No documento, Gabriela Hardt afirma que Paulo Preto é investigado na Operação Lava Jato como suposto operador financeiro em um esquema da Odebrecht para pagar indevidamente políticos e agentes públicos que eram ligados à Petrobrás.
Segundo a magistrada, os fatos não têm relação com os supostos recebimentos de propina na Dersa, acusações sobre as quais o ex-diretor responderia em liberdade devido ao habeas corpus concedido por Gilmar.
“A decisão reclamada foi tomada no exercício regular da jurisdição, com base nas leis e nas provas, independentemente de qualquer posicionamento da imprensa ou do Ministério Público Federal a respeito do caso, e as alegações de que este Juízo teria tentado driblar V. Exª não encontram sustentação alguma”, afirmou a juíza.
Após receber as informações prestadas pela juíza, ministro vai decidir o pedido de liberdade feito pela defesa de Paulo Preto.
Em maio do ano passado, Gilmar Mendes mandou soltar Paulo Preto.
Na ocasião, a prisão foi decretada no âmbito do processo sobre denúncias de irregularidades em desapropriações para construção do Rodoanel Sul, em São Paulo, que teriam acarretado prejuízo de mais de R$ 7,7 milhões aos cofres públicos.
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Foto: Reprodução/DCM