O governador Wilson Lima (PSC) vai estar em São Gabriel da Cachoeira, município a 852 quilômetros de Manaus, na próxima segunda-feira, dia 6, para encontro com o ministro-chefe da Secretaria de Governo (Segov) da Presidência da República, Carlos dos Santos Cruz.
A missão do general Santos Cruz na fronteira é checar as condições da prestação do serviço de saúde à população majoritariamente indígena do município pelo Exército.
Na agenda com o ministro, Wilson Lima vai participar de um encontro com o prefeito local, vereadores e lideranças indígenas e comunitárias de São Gabriel da Cachoeira.
A Segov de Santos Cruz tem essa missão de articular e se comunicar com os municípios para ajudar a melhorar os serviços públicos do governo federal. O general pode, por exemplo, orientar projetos da prefeitura e da câmara municipal para conseguir recursos.
Santos Cruz vai em voo institucional direto de Brasília para São Gabriel da Cachoeira, chega pela manhã e passa o dia todo na cidade, retornando no fim da tarde.
Leia mais
Abacaxi com Bolsonaro
O general viaja ao Amazonas mas não sem antes deixar nas mãos do presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), mais um foco de incêndio.
Neste sábado, Santos Cruz disse que o prestigiado guru de Bolsonaro, o escritor Olavo de Carvalho , é um “desocupado esquizofrênico”.
A declaração foi em resposta ao tuíte em que Olavo diz que o ministro “fofoca e difama pelas costas”. “Não leio Olavo de Carvalho. Acho ele um desocupado esquizofrênico”, disse o general ao Poder360 .
Foi esse mais um round do combate interna corporis do governo entre Carvalho e militares, em que Santos Cruz e o vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB).
O guru, dias atrás, se referiu aos militares do governo como “mão de obra ociosa” que agora ocupa muitos postos na administração.
Antes, em abril, Carvalho já tinha dito sobre Santos Cruz que ele nunca fez nada contra a “hegemonia comunopetista”.
“Nada. Nada, nunca. Ele ganhou seu emprego por meio de uma luta à qual não deu a menor contribuição. Esse homem não sabe de onde veio nem para onde vai”, afirmou.
Leia mais
Censura na publicidade
Santos Cruz também esteve envolvido na polêmica de retirada do ar de publicidade do Banco Brasil, por ordem de Bolsonaro. Ele desautorizou ordem da comunicação do governo para que todo material de propaganda passasse antes por análise.
“Não cabe à administração direta intervir no conteúdo da publicidade estritamente mercadológica das empresas estatais”, disse o ministro.
Trata-se de mais um confronto interna corporis . É que o chefe da comunicação, Fábio Wajngarten, é amigo de Carlos Bolsonaro, vereador do PSC do Rio.
Foto: BNC Amazonas